Luiz Bandeira
Nas últimas semanas, o teresopolitano estabelecido às margens da BR-116 estranhou mudanças em marcos quilométricos – placas que indicam o quilômetro correspondente no trecho – instalados ao longo da rodovia federal. A preocupação dos moradores e comerciantes é de que haja desvio de correspondências e problemas com documentações onde o endereço é exigido além de não entenderem por que houve a mudança dos identificadores, já tradicionais, dos bairros. A reportagem do jornal O Diário e Diário TV percorreu um trecho da rodovia para verificar a alteração e cobrou um posicionamento da concessionária que administra a BR-116, a EcoRioMinas, que substituiu a CRT. No trecho percorrido verificamos que a Fonte Santa, que ficava no quilômetro 78, agora corresponde ao km 81. Assim, a Quinta-Lebrão, que ficava no km 81, agora fica no km 83 e o Soberbo, importante atrativo turístico, que antes ficava no km 89, agora tem marcação indicando que ali é o km 93 da rodovia Santos Dumont.
O aposentado Walter de Souza Soares, morador da Fonte Santa, revelou a reportagem do Diário preocupação com essas mudanças. “Dá certa confusão, porque a gente sempre soube que aqui foi o quilômetro 78, agora é o km 81, então eu não sei como é que vai ser com as nossas correspondências, não sei se o Correio já está se adequando ou se a gente também vai ter que se adequar daqui pra frente, pois as novas correspondências vão ter que sair já com esse número, já que a concessionária disse que foi uma adequação. Daqui pra frente é a gente se adequar. Fazer o quê, né?”. Questionamos ao Sr. Walter se já houve alguma confusão causada pela readequação de marco quilométrico. “A minha filha mora na Califórnia, ela mandou algumas coisas pra gente e nós não recebemos até agora, mas não posso te garantir que foi por causa dessa mudança, até porque o próprio Correio, por aqui ser um bairro popular, os agentes dos Correios já conhecem cada uma das pessoas daqui. A única coisa que eu acho que vai ter que acontecer é que a gente mesmo é que vai ter que se adequando, porque, documento, por exemplo, documentos agora, daqui pra frente você já tem que fazer documentos com essa nova realidade”, aceitou, resignado, o aposentado.
Desde o início da operação de readequação, O Diário vem cobrando uma resposta da concessionária EcoRioMinas sobre o que motivou a mudança. Nessa terça-feira, 11, obtivemos a resposta da assessoria de imprensa da empresa onde ela informa o seguinte:
“Uma das obrigações do contrato de concessão, é que em até 9 meses, toda a quilometragem da rodovia seja revisada de acordo com o Sistema Nacional de Viação – SNV. A EcoRioMinas realizou um levantamento em todo o trecho concedido, levando em consideração a particularidade de cada rodovia e desta forma, atualizou e corrigiu os marcos quilométricos. Na BR-116, a mudança chega a até quatro quilômetros e todo o trecho sofreu atualização. Vale destacar que em uma rodovia, de acordo com sua extensão, os marcos quilométricos precisam estar posicionados a cada 1 km. Ao longo do tempo, com as ampliações, duplicações e alterações de traçado, a distância entre um quilômetro e outro muda, deixando o trecho com informações inconsistentes. A concessionária ressalta ainda que o procedimento gera impacto inicial, porém, a correção é necessária para que endereços e toda sua base quilométrica fique regularizada e dentro dos padrões técnicos necessários”.