Marcello Medeiros
Teve início nesta quarta-feira, 17, sem previsão para terminar, movimento grevista na rede estadual de educação. Professores e funcionários administrativos, entre eles inspetores de alunos, merendeiras, orientadores pedagógicos, psicólogos, entre outros, questionam os salários pagos pelo governo do estado, além de questões que afetam diretamente a vida do estudante carioca: a falta de profissionais de diversos setores e um ensino médio modificado que causa prejuízo para quem depende exclusivamente da rede pública para sua formação e consequente base para a vida profissional. Em Teresópolis, nos dois dias de greve o movimento teve bastante adesão.
A Professora Carol Quintana, uma das representantes do SEPE (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação) em Teresópolis, informa que “a adesão está muito boa” e que “há muitos anos não se começa uma greve com tanta força no município”, o que mostra a insatisfação da categoria. Ainda de acordo com ela o Colégio Estadual Edmundo Bittencourt (CEEB), é o que teve maior número de representantes aderindo ao movimento. “Higino também está com muita adesão, chegando a 70%. A maioria está na faixa dos 50%, mas a tendência é que até esta sexta-feira esse número seja ainda maior. No Euclides está em 50%, Cia José Francisco Lippi em 42%, Fanny Niskier 43% e Campo Salles com 24%. São números muito elevados para Teresópolis, quase metade dos profissionais da educação mostrando sua insatisfação”, atenta Carol.
Na segunda-feira, 22, a partir das 17h, a categoria realiza ato na Calçada da Fama, na Várzea. “A gente vai fazer um ato público, queremos conversar com a população sobre a situação, dialogar sobre a greve, e esperamos contar com o apoio dos alunos, dos responsáveis, de toda a comunidade escolar. Defendemos a escola pública, a educação de qualidade para os filhos da classe trabalhadora. Quem puder participar, está convidado. Não precisa ser profissional da educação. Defender a escola pública,a educação, é defender toda a sociedade”, pontua.
Reivindicações
A categoria reivindica, como pauta principal, a implementação do piso nacional do magistério para os docentes e o piso dos funcionários administrativos, tendo como referência o salário mínimo nacional. Outras pautas são o pedido de abertura de concurso público para o magistério, inspetor, porteiro, secretário, psicólogo, assistente social e demais funcionários administrativos, e o pedido da imediata revogação do Novo Ensino Médio, que segundo o Sindicato vai tirar da pauta disciplinas fundamentais para a formação do estudante e, dessa forma, aumentar ainda mais a distância entre os alunos das redes pública e particular.