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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Lei pode proibir fechamento de ruas para festas particulares em Teresópolis

Vereadores discutem providência para acabar com abuso do chefe do Executivo

Wanderley Peres

Apresentado na sessão da Câmara Municipal nesta terça-feira, 23, requerimento solicitando informações e cópias de documentos ao Executivo Municipal referente às concessões do trecho entre os números 365 e 507 da avenida Oliveira Botelho, nos últimos três anos, e se esses eventos são organizados pelo município ou por empresas privadas. De autoria do vereador Rangel, o pedido, aprovado por unanimidade, exige do prefeito a descrição dos eventos e seus custos para a municipalidade, seus responsáveis, e a participação de servidores públicos nele, as contrapartidas, e as licenças da Guarda Civil Municipal e da Polícia Militar, e o necessário alvará do Corpo de Bombeiros, além do plano de impacto no trânsito e a normalidade do direito dos moradores e comerciantes. Por conta da reclamação dos comerciantes e moradores do bairro do Alto, como apontado em matéria publicada no DIÁRIO, os vereadores querem saber, também, se a Prefeitura ouviu os moradores, os donos de comércios e as associações de moradores.

“Quem tem uma farmácia, um açougue, o movimento é zero nestes dias. O patrão pode até dar folga para os funcionários porque não vai ter movimento. Até a normalidade do funcionamento do Detran e das auto- escolas é afetado, e tudo por conta de algo que não é do interesse público, mas de apenas algumas pessoas”, justificou o vereador Rangel. “O Parque de Exposição tem estacionamento e toda a logística para esses eventos, e é lá o local apropriado para festas, como sempre foi, com grande sucesso, mas hoje o local da Feport virou um depósito de sucatas, emendou o vereador André do Gás. “Teresópolis tem tantos locais apropriados para esses eventos, tem até um parque de exposições e festas, e a prefeitura está tumultuando o bairro de entrada da cidade, causando tantos transtornos. E tudo sem ouvir a Câmara, porque existe uma liminar que autorizou o prefeito a fazer evento no Pedrão, sem autorização dos vereadores, e essa decisão está sendo usada para a realização de festas como essa, fechando a entrada da cidade”, disse Maurício Lopes, no mesmo sentido opinando o vereador Dr. Amorim. “Por uma semana a rua principal de Teresópolis, de entrada da cidade, vai ficar fechada por conta de um evento particular, prejudicando os moradores no acesso às suas residências, e ainda quem tem que passar pelo local, chegando ou saindo da cidade. Tem várias ruas, até mesmo no Alto, que poderiam ser usadas para essas festas. Mas, a entrada da cidade é por aquela via, e a rua jamais poderia ser fechada para a realização de festas”.

Presidente da Câmara de Vereadores Leonardo Vasconcellos

A indignação dos moradores e comerciantes, e as críticas contundentes dos vereadores, levou o presidente da Casa, Leonardo Vasconcellos, a apontar para a necessidade da regulação do tema pelo poder Legislativo, sugerindo às comissões a providência de uma lei proibindo a realização de eventos particulares em vias públicas. “Já tivemos lei no sentido de proibir novas licenças de bancas na calçada na avenida Delfim Moreira, por exemplo, porque a calçada era pequena. Essa nova lei é no mesmo sentido. Precisamos acabar com esse abuso e sair em defesa do munícipe, e também dos comerciantes, que pagam taxa de propaganda, tiram alvará, e cumprem todas as obrigações legais, vindo a Prefeitura a impedi-los de irem e virem, de entrarem nos comércios, de exercerem com pleno direito de suas licenças”, disse Leonardo, lembrando que a perda dos clientes no comércio, ainda mais por vários dias, representa grande prejuízo. “A conta da água é a mesma, com a rua aberta ou fechada. A de luz também e a Prefeitura ignora os direitos destes empresários, para atender o interesse de algumas pessoas. Ter comércio na Oliveira Botelho custa caro, porque é avenida principal e muito valorizada, por conta justamente do trabalho dos empresários donos destes negócios que são agora prejudicados pela Prefeitura. Esses fechamentos de avenida para a realização de festas particulares têm que acabar”, conclamou aos pares.

Vereadores já aprovaram lei proibindo liberação de mais bancas de jornais na avenida Delfim Moreira por conta da calçada estreita e o movimento crescente de pedestres
Motivo de muita reclamação de motoristas, comerciantes e moradores, já que vem se tornando recorrente essa situação. O primeiro evento aconteceu em junho do ano passado. E, em março deste ano, outro evento fechou a rua, ocupando o mesmo espaço. Nesta terça-feira, 23, a reportagem do O Diário de Teresópolis foi procurada por diversos comerciantes e pessoas manifestaram indignação nas redes sociais alegando que não houve um aviso prévio, tão pouco uma consulta aos contribuintes que se sentem prejudicados com a situação.

Por causa da festa, que tem início nesta quinta-feira, 25, seguindo até o próximo domingo, 28, no Espaço Cultural Higino e em trecho da Avenida Oliveira Botelho, no bairro do Alto, o trânsito nessa região está modificado desde a segunda-feira, 22. Equipes da Guarda Civil Municipal foram deslocadas para dar suporte aos motoristas em consequência da liberação da via pública para o evento particular. Para evitar atrasos, os motoristas devem ficar atentos às alterações no trânsito: Sentido Rio de Janeiro – O motorista deve entrar na Rua Jorge Lóssio, depois na Sebastião Lacerda e descer a Rua Monsenhor Nivaldo, saindo na lateral da Igreja Santo Antônio e pegando novamente a Avenida Oliveira Botelho ou a Rua Gonçalo de Castro. Sentido Várzea – O motorista deve entrar na Rua Gonçalo de Castro à direita, sair na Rua Alfredo Rebelo Filho e seguir até a Rua Tietê e entrar novamente na Avenida Oliveira Botelho.

Edição 23/11/2024
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