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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Conquista da Agulha Bonatti completa 60 anos

Menor cume da Serra dos Órgãos foi desbravado por um teresopolitano e ainda hoje é pouco conhecido

Em 1963, o teresopolitano Paulo Caminha, em companhia dos também escaladores Etzel Ritter Von Stockert e Cláudio Vieira de Castro, participou da conquista do que, posteriormente, seria conhecido com o menor cume da Serra dos Órgãos, a Agulha Bonatti. Localizada nas proximidades da Pedra do Papudo, portanto a cerca de dois mil metros de altitude em relação ao nível do mar, a curiosa formação rochosa foi batizada em homenagem ao escalador italiano Walter Bonatti e, 60 anos depois de sua conquista, ainda é pouco conhecida não só pelos moradores do município, mas pela comunidade montanhista de modo geral. Mas, para quem se interessa pelas escaladas clássicas e bonitas histórias de desbravamento de uma das cadeias de montanha mais famosas e importantes do Brasil, chegar ao topo dessa “agulhinha”, chamada assim devido ao seu formato, deve estar na lista de prioridades.

Escalada artificial, utilizando estribos e ascensores, é a característica dessa via


Recentemente, estive mais uma vez na Bonatti. Foi a terceira, agora acompanhado do amigo Leandro Nobre, o Leandrinho, do Centro Excursionista Teresopolitano, que prontamente aceitou meu convite para encarar a longa trilha até a pouco frequentada escalada. As incursões anteriores que participei ocorreram em 2005 e 2007, portanto 16 e 18 anos atrás. Nessas duas, também estive em companhia de amigos do CET, clube de montanhismo local que, ao longo dos seus 25 anos de existência, sempre trabalhou pela preservação da história do montanhismo e escalada.

Vista da Várzea, a grande Pedra do Papudo. Abaixo, circulada, a Agulha Bonatti

Trilha longa
O acesso da Bonatti é feito em sua grande maioria pela principal trilha que atravessa a Serra dos Órgãos, a da Pedra do Sino. São 90% nesse caminho e mais um pequeno trecho em direção ao Papudo, descendo a seguir por cerca de um quilômetro até a agulhinha, que fica quase escondida em um fechado vale. Devido a pouca visitação, essa parte final sempre é complicada de ser vencida. E, dessa última vez, não foi diferente. Mesmo com a notícia de dois amigos terem visitado esse local duas semanas antes, foi demorado chegar até a base da escalada. Além de vegetação fechada e cheia de arranha-gatos, o trecho é bastante íngreme e úmido. Ida e volta, mais a escalada, somam 23 quilômetros de aventura na Serra dos Órgãos.

Em foto de 2007 é possível observar o formato de agulha. Hoje, vegetação impede esse tipo de registro

Escalada clássica
Para se chegar ao cume, trata-se de uma escalada clássica, em artificial. O primeiro lance é um “laça-grampo”, bem alto, aliás, junto com um “pé de galinha”. Depois se contorna um grande bloco e depois a subida em direção ao cume, onde é necessário laçar mais um grampo novamente. Assim, é necessário utilizar estribos e ascensores, além de costuras e fitas longas. É possível utilizar apenas uma corda para rapelar. Em 2021, essa via foi parcialmente reformada pelo escalador teresopolitano Fabrício Vieira, que fez contato telefônico com Etzel, que morava no Paraná e autorizou a instalação de duas chapeletas, uma no meio da subida e outra para rapelar, alterações necessárias para melhorar a segurança da via. Para saber mais sobre essa e outras escaladas e caminhadas, acesse o Instagram @mochileiro_marcello

Edição 22/11/2024
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