Wanderley Peres
Fiscais do setor de Vigilância Sanitária, da secretaria municipal de Saúde, estiveram na tarde desta quinta-feira, 22, no Teresópolis Futebol Clube, na rua Ernesto Silveira, 10, no bairro do Alto. O clube já havia sido alvo de ação da polícia recentemente, quando foi constatada a má conservação do espaço em denúncia de maus tratos aos menores albergados no Centro de Treinamento, daí a providência que já era aguardada desde a batida da polícia, no mês passado. Ao final da vistoria, a Vigilância Sanitária apontou para a desobediência das leis municipais 1300/90 e 1596/94 e o clube foi interditado, todo ele, só podendo ser reaberto após serem cumpridas as obrigações consignadas no termo de intimação, de número 10098, que aponta para uma séria de transgressões, a principal delas, a falta de autorização para o funcionamento.
Além de não ter Boletim de Ocupação e Funcionamento, nem estar regularizado no Cadastro Municipal de Contribuintes, CNAE, o Teresópolis Futebol Clube não teria também a certidão de habite-se, o que é grave. Clube centenário, e que já foi orgulho do bairro do Alto, e de Teresópolis, pelos tantos títulos que conquistou, o TFC está sem luz e sem água tratada, sendo verificados vazamentos, infiltração, janelas subdimensionadas nos cômodos, banheiros sem ladrilhos, portas com defeitos e pisos irregulares.
Na lista de providências a serem tomadas pela direção do clube, sem as quais o espaço não poderá funcionar pois encontra-se interditado, estão a providência da limpeza da caixa d’água e a dedetização do prédio, a religação da água tratada da Cedae e da energia elétrica, a disponibilização de bebedouros para o fornecimento de água potável aos usuários, aquisição de colchões adequados para os quartos, limpeza e organização geral, finalização das obras inacabadas, remoção dos pontos de infiltração, reparo nas portas dos cômodos, adequação do sistema elétrico e fiação, reformas do refeitório e no forro dos quartos, adequação das janelas dos quartos a nordeste de acordo com as medidas mínimas e o ladrilhamento dos banheiros e vestiários sob as arquibancadas, onde deve ser resolvida renitente infiltração.
Autor do pedido de fiscalização, apresentado na Câmara de Vereadores e aprovado por unanimidade, Paulinho Nogueira disse a O DIÁRIO que a interdição do TFC, embora cause transtornos e descontentamentos, é uma necessidade de saúde pública, porque o espaço não tem as condições mínimas de segurança, impondo às crianças e jovens riscos que precisam ser evitados, daí a lista de exigências para a reabertura do estádio.
“Já conversei com o secretário de governo, Lucas Pacheco, para acharmos um caminho que contemple as exigências da saúde e a necessidade de abertura do campo. O governo vai ajudar na solução do problema, me garantiu o prefeito, agilizando as providências quando elas forem chegando, e em pouco tempo tudo estará resolvido, se a direção do clube se mexer, é claro, porque não podemos permitir que o espaço seja reaberto enquanto não forem tomadas as providências exigidas pela Vigilância Sanitária”, disse o vereador, observando que a recusa do atendimento ao auto de infração pode resultar numa intervenção, pela Prefeitura, no clube, “porque o Teresópolis é do município, e a secretaria de Esportes pode muito bem tomar conta do espaço”.