Wanderley Peres
Aprovado na última sessão da Câmara Municipal, quinta-feira, 3, pedido de informações ao prefeito sobre o dinheiro que o município recebeu em junho de 2022 para a construção do Centro de Triagem Animal, prometido desde dois anos antes, em 2020, e que ainda não saiu do papel. Os vereadores querem saber porque a obra não foi entregue, ou mesmo iniciada, e o que foi feito do dinheiro, devendo ser comprovada a sua disponibilidade nos cofres públicos com um extrato detalhado desde o crédito do recurso até a data da resposta, incluindo os rendimentos decorrentes de possível aplicação financeira. Autora do pedido, a vereadora Erika Marra, da base do governo, quis saber do prefeito, também, sobre os atrasos na reforma da Feirinha do Alto, outro pedido aprovado por todos os vereadores, devendo Vinícius Claussen relatar o cronograma da obra e as licenças concedidas, por tratar-se “de uma imoralidade o descaso com os feirantes, trabalhadores que vivem dos recursos oriundo da Feirinha e vem tendo prejuízos enormes por conta dos atrasos”, concordaram os vereadores.
Na novela da Feirinha, a Prefeitura é coadjuvante, porque se trata de uma reforma feita pelo governo do estado. Mas a construção do canil depende apenas da gestão municipal e a capacidade administrativa do prefeito, afinal dinheiro tem e está na conta, ou deveria estar, faltando apenas a gestão dele, porque já deveria estar nas mãos da empresa que deveria já ter construído o prédio para os animais, que enquanto perdura a morosidade do governo, estão sobrevivendo em condições miseráveis. E nem se trata de desinteresse ou má vontade com a causa animal, mais incompetência mesmo, porque ao anunciar a construção do CTA, o prefeito envolveu a própria esposa na promessa. “Na presença da esposa, Paula Schütte, o prefeito anunciou que a obra prevista para começar em 2020 não havia sido realizada devido à pandemia, participando da reunião de trabalho os então secretário de Obras Ricardo Pereira, a secretária de Saúde Clarissa Rippel, o secretário Lucas Pacheco e o coordenador da Coordenadoria de Proteção e Bem-estar Animal, Jackson Muci, além das professoras Cristiani Corradini e Iara Schütte e a defensora da causa animal Beatriz Osório”, publicou O DIÁRIO sobre a promessa do CTA, um ano atrás. “A proposta é resgatar os animais, tratá-los e colocá-los para doação responsável, para que o novo canil municipal não se transforme em um depósito de cães e gatos”, disse a Primeira-dama Paula Schütte Claussen.
Imponente nas maquetes, aos costumes, o prometido Centro de Triagem Animal, em Teresópolis, ocuparia o terreno o terreno onde ficava a escola municipal Alice Saldanha, no bairro da Prata. A área de 6.140m² teria 836m² de área construída, com 12 canis (entre coletivos e individuais) e 6 gatis coletivos, com abrigos e solários e capacidade para 76 animais, espaço para triagem, centro cirúrgico e área para atividades ao ar livre.
“É mais um importante avanço das ações da gestão em prol da causa animal em Teresópolis e que será concretizado graças à emenda parlamentar do Deputado Federal Hugo Leal, que destinou R$ 2 milhões ao município para este fim específico. Com a aprovação do projeto conceitual, partiremos para as etapas de orçamento, planilha de custos e licitação para contratar a empresa que executará as obras. Neste período, vamos revitalizar o atual CTA, no Fischer, para continuar atendendo, da melhor forma, as demandas do município”, prometeu o Prefeito, que prometeu, ainda, para agosto, do ano passado, um ano atrás, a chegada de uma unidade móvel adquirida pela Prefeitura para castrações volantes nos bairros das áreas urbana e rural, e a adoção de um almanaque para conscientização de alunos da rede municipal de ensino sobre o respeito e a proteção aos animais e ao meio ambiente também foi abordada, matéria que seria entregue nas escolas municipais.
Canil novo, central de castração, almanaque para conscientização… Um ano depois, o que se tem de concreto é a indignação dos envolvidos com a causa animal, repercutindo o queixume na Câmara Municipal, onde os vereadores vem tentando descobrir junto ao prefeito porque o canil não saiu, respondendo atravessado o governo, que confirma ter chegado o recurso, mas não informando o que foi feito dele ou em que pé estão os projetos dados como prontos em meados de 2022.
A O DIÁRIO, recentemente, a Prefeitura informou que “já havia sido desenvolvido projeto para o Centro de Triagem Animal, inclusive projeto executivo arquitetônico, porém, após reuniões com cuidadores e membros da sociedade civil organizada, entendeu-se a necessidade de adequar o layout e o escopo inicialmente previstos” e que, “em decorrência do imprevisto o projeto estaria passando por modificações, por isso, ainda não foi implementado.
Deputado Federal que conseguiu os recursos para a construção do canil, que conseguiu no último mandato cerca de 40 milhões de reais em recursos do orçamento federal para o município, valores distribuídos em várias políticas públicas, especialmente na área da saúde, Hugo Leal disse que sua parte cumpriu, restando aos gestores municipais esclarecer porque não foi aplicado os valores correspondentes na obra do abrigo público para os animais. “Um destes compromissos assumidos, foi conseguir 2 milhões de reais, para aplicar na construção de um abrigo de animais e dar condições adequadas para quem trabalha neste segmento. Este compromisso foi integralmente cumprido e conseguimos fazer esta indicação e empenho dos recursos na área da saúde, e o encargo da prefeitura municipal seria usar este mesmo valor para a construção do canil público”, respondeu o deputado.