O momento mais grave da pandemia da Covid em Teresópolis com a lotação dos leitos de UTI está fazendo com que diariamente várias pessoas sejam levadas de ambulância para conseguir internação em outro município. A maioria já viaja em situação grave para conseguir atendimento em Unidade de Terapia Intensiva, uma luta que muitas vezes é perdida e aí começa outro drama para as famílias que fazer a transferência do corpo para Teresópolis. A Prefeitura não realiza esse trabalho e o custo é muito alto, um valor que chega a quase R$ 2 mil reais para fazer o traslado desde Duque de Caxias, por exemplo, sendo que ainda há pacientes que são transferidos para Volta Redonda, Petrópolis e Nova Friburgo.
O que muitas pessoas ainda não sabem é que o custeio desse triste procedimento pode ser feito pela prefeitura. A burocracia e a falta de divulgação acabam deixando muitas dessas famílias ainda mais atordoadas, sem saber o que fazer nesse momento tão doloroso.
Nossa reportagem tomou conhecimento do caso de uma paciente de Teresópolis que faleceu no último domingo em Duque de Caxias que sua família precisou pagar R$ 1700,00 para conseguir fazer o transporte para fazer o sepultamento.
Como o número de mortes é grande e a situação de avanço da pandemia continua, é importante que este custeio seja disponibilizado para minimizar as dificuldades das famílias dos pacientes que precisaram sair do município para receber atendimento justamente por falta da capacidade da rede de atendimento local.
De acordo com o que foi informado pela assessoria de comunicação da prefeitura, existe a previsão de disponibilizar o custeio desse procedimento através da solicitação que precisa ser feita ao atendimento específico da Secretaria de Desenvolvimento Social no CREAS.
“A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social informa que todas as famílias que precisem de apoio para questões relacionadas a falecimento de familiares em outros municípios devem entrar em contato com o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) para receber orientações sobre a documentação que deve ser apresentada para requerer o auxílio para despesas relacionadas ao translado do corpo”, explica a nota.
Colapso da Saúde
Diariamente, um grande número de ambulâncias com as sirenes ligadas e saindo em direção a outros municípios, sempre dependendo que o sistema de Regulação do governo estadual indique a direção da unidade hospitalar com possibilidade de receber mais um teresopolitano.
Ainda não há um número oficial de moradores locais internados em outros municípios, mas os comboios de diários de ambulâncias saindo da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) indicam que o sistema de Saúde colapsou em Teresópolis. Na semana passada, a lista de pacientes transferidos tinha 24 nomes. Até o início da noite desta terça-feira, 16, quando a última atualização do Painel Covid-19 ainda era a do dia anterior, Teresópolis tinha 5.754 casos ativos, um número expressivo de vírus em circulação. No total, quase 22 mil ocorrências desde a pandemia, com 433 óbitos confirmados e outras mortes em investigação. A crítica situação foi parar na chamada “grande imprensa”, que começou a semana destacando o momento que vive o teresopolitano que depende do Sistema Único de Saúde.
