Marcello Medeiros
Crime com um dos maiores índices em Teresópolis, o tráfico de drogas tem sido motivo de preocupação das forças de segurança – visto que acaba desencadeando outros delitos, como furtos, roubos e homicídios. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, entre janeiro e julho deste ano foram 334 ocorrências desse tipo de crime anotados na 110ª DP, em operações envolvendo PM e PCERJ. O volume de drogas apreendido tem sido tão grande que o período para destruição desse material é cada vez menor, procedimento que fica a cargo da Polícia Civil. Nesta quarta-feira, 13, agentes da 110ª Delegacia de Polícia realizaram a incineração dos entorpecentes apreendidos em ocorrências envolvendo tráfico e uso de maconha, cocaína, crack e lança perfume, entre outros em menor quantidade. “Incineramos aproximadamente 150 quilos de drogas apreendidas em decorrência de ações das Polícias Militar e Civil, com auxílio Guarda Civil com sua guarnição K9. A gente vai apreendendo e espera uma grande quantidade, pois não tem como fazer sempre. Essa situação demanda processo que exige, além da perícia criminal no material, autorização judicial para poder fazer a incineração”, explica o Delegado Marcio Dubugras, informando ainda que o local escolhido para destruir a droga é sempre modificado e nenhum tipo de informação sobre a localização é divulgada. “Obtida a autorização judicial, escolhemos um local onde há um grande forno, não sendo sempre o mesmo. Isso para a nossa segurança e também para a da empresa, para que não ocorra nenhum tipo de intenção criminosa para se subtrair essa drogas. Feita a incineração, o judiciário é informado a seguir”.
Das ocorrências que tiveram algum tipo de droga envolvida entre janeiro e julho, a maior parte envolve pessoas detidas por posse de entorpecente, 161 comunicações. O restante está relacionado ao tráfico direto ou ocorrências onde a “carga” foi apreendida sem a possibilidade de identificar o “proprietário”. Para a autoridade policial do município, os números indicam que há cada vez mais pessoas utilizando algum tipo de entorpecente em Teresópolis e consequentemente contribuindo com o tráfico e os crimes derivados dessa prática. “Sempre buscamos fazer um comparativo com o ano anterior, percebendo um grande aumento no número de apreensões, o que indica que há cada vez mais usuários em Teresópolis. Em 2021, por exemplo, só tivemos uma apreensão de crack. Em 2022 foram diversas apreensões e no ano de 2023 é praticamente todo dia. Infelizmente é preocupante, pois o crack é uma droga altamente viciante e causa grande prejuízo para sociedade”, enfatizou Dububras.
E o dinheiro?
O Delegado também explicou à reportagem do jornal O Diário e Diário TV o procedimento realizado em casos onde há dinheiro apreendido nas situações de flagrante delito. “Qualquer valor apreendido é depositado em uma conta bancária que ficará à disposição da Justiça. No momento que fazemos o depósito, o comprovante vai dentro do inquérito e encaminhado para Justiça, ficando atrelado ao processo e à disposição do Juiz”, pontuou.
Denúncias
A participação popular na investigação é prevenção de crimes é fundamental. A 110ª Delegacia de Polícia funciona na Rua Alfredo Rebelo Filho, 883, bairro do Alto, e atende nos telefones (21) 2641-6623, 2642-9252, 2642-9522 e 98596-7091. A Polícia Militar também mantém dois telefones para receber denúncias, que podem ser feitas anonimamente. São eles o 190 e o 2742-7755. O segundo funciona ainda como WhatsApp, com sistema de criptografia que protege a identificação do denunciante.
Zumbis do crack
Desde a chegada do crack em Teresópolis, com comércio principalmente na região chamada pela bandidagem como “complexo PPR”, pois insinua uma ligação criminosa entre moradores do Perpétuo, Pimentel e Rosário, alguns crimes com ligação direta a esse entorpecente altamente viciante foram registrados. O mais grave deles, o de uma mulher assassinada em um sítio no bairro Cascata dos Amores. Os acusados foram dois homens, um deles ex-funcionários do local, interessados em praticar roubo para conseguir dinheiro e manter o sustento do vício. Portanto, quem flagrar situação suspeita no bairro onde vive pode contribuir com a sociedade fazendo denúncias que contribuam para que esse tipo de pessoa seja retirada de circulação.
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