Marcello Medeiros
Imagine você um turista que sobe a serra com o objetivo de se banhar na famosa Cachoeira dos Frades ou provar o cada vez mais conhecido vinho produzido em uma das vinícolas que têm investido em localidades do Terceiro Distrito de Teresópolis… A promessa é de uma grande experiência, mas, por mais que seja encantador o Vale dos Frades ou saborosa a bebida, ele pode voltar para casa com uma impressão negativa do município. Isso porque a rodovia que dá acesso a esses e dezenas de outros atrativos turísticos vem padecendo em consequência da falta de respeito de algumas pessoas. Mesmo com coleta regular de resíduos domésticos, vários pontos da Teresópolis-Friburgo têm sido utilizados como lixões clandestinos.
Restos de material de construção, móveis velhos, roupas rasgadas, aparelhos eletrônicos, entre tantos outros objetos que não deveriam estar às margens de uma estrada, têm sido depositados em locais como Venda Nova e Bonsucesso, só para citar dois dos vários pontos onde têm sido insuficiente a ação de limpeza e fiscalização de responsabilidade do governo municipal. Além de se colocar objetos que logicamente não podem ser levados pelos caminhões – como sofás e geladeiras, é grande o número de pessoas que não consegue respeitar uma regra básica: colocar o lixo na via somente no horário que anteceda a passagem do veículo da empresa contratada pelo município para efetuar o serviço. Assim, os detritos podem acabar espalhados na pista devido à ação de animais ou intempéries, por exemplo.

Fatores negativos
Além de contribuir para a proliferação de vetores de doenças, como ratos e mosquitos, por exemplo, os lixões causados por criminosos ambientais são prejudiciais também ao turismo e agricultura, visto que as localidades da zona rural do município têm uma grande produção e vocação de plantio – sendo referência no setor no estado do Rio – e também são muito procuradas por interessados na prática de esportes como montanhismo, escalada e ciclismo ou simplesmente pelo lazer e contemplação em ambientes naturais.
Meio Ambiente de olho
Em entrevista recente ao “Mochileiro Podcast”, da Diário TV, o secretário municipal de Meio Ambiente de Teresópolis falou também sobre esse preocupante tema, frisando que mesmo havendo reforço na fiscalização é necessário principalmente que a população faça a sua parte. “A nossa equipe de Fiscalização é pequena, mas eu não acho demérito não. Não se tem que aumentar, as pessoas têm que também fazer o seu papel certinho. Um exemplo: no Caleme a prefeitura faz a coleta de lixo três vezes na semana, aí passa o caminhão e 10 minutos depois está abarrotado de lixo novamente. Respeitar o horário da coleta é o mínimo a fazer. Temos 180 mil habitantes e não adiantaria ter 90 mil fiscais. Qual é o parâmetro? O ideal é que cada um faça sua parte. Temos agido, toda semana multamos alguém por descarte irregular de lixo. Aproveito para pedir que se alguém avistar um carro parado e jogando lixo, tire a foto da placa e mande pra gente, correremos atrás e vamos aplicar a multa. Aliás, temos feito isso direto, inclusive no interior”, pontuou Castro.

Denuncie, faça sua parte
Para reclamar a situação ao poder público não é necessário informar seus dados. Basta ligar para a Secretaria Municipal de Ambiente (2742-7763), Secretaria de Posturas (2742-8445) ou Ouvidoria Municipal, pelo telefone 0800 282 5074. Também segundo a Prefeitura, para quem joga lixo nesses terrenos ou em via pública a multa equivale a R$ 1.000,00 e pode dobrar em caso de reincidência e a fiscalização é feita pela a equipe do Controle Urbano. Além disso, os donos dos terrenos também são responsáveis pela preservação do seu patrimônio e são obrigados a cercar e murar, ficando sujeito às penalidades da lei, que no caso são 500 UFIR.