Os últimos dias têm lembrando um momento que Teresópolis viveu uma década atrás em um aspecto, o grande número de ambulâncias pelas ruas do município em alta velocidade e sirene aberta com objetivo de levar pacientes o mais breve possível para uma unidade hospitalar. A grande diferença é que, em 12 de Janeiro de 2011, mesmo com todos os estragos causados pela maior tragédia natural da Região Serrana, os hospitais conseguiam atender os pacientes. Hoje, a situação está relacionada aos casos mais graves da Covid-19 e, como nessas ocorrências os doentes precisam de Unidades de Tratamento Intensivo, esse atendimento não é possível. Teresópolis segue em situação crítica, sem vagas para UTI e com poucas para leitos clínicos, obrigando a transferência para outros municípios, o que ocorre através do Sistema de Regulação de Estado de Saúde. Petrópolis, Nova Friburgo e Duque de Caxias tem sido alguns dos destinos dos munícipes locais em situação grave devido ao novo coronavírus. Em outras ocasiões, até para Volta Redonda, a 250 quilômetros de distância, foram realizadas transferências.
Tentamos com a secretaria municipal de Saúde o número total de transferidos e para quais locais essas pessoas foram levadas. Porém, de acordo com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura, devido ao acúmulo de trabalho dos funcionários da pasta, justamente devido à escalada de doença e do escalonamento de atendimento das equipes para a realização da imunização contra a Covid-19, até o fechamento desta edição esses dados ainda não estavam disponíveis. Foi informado que, pelo menos até o final da tarde desta quinta-feira, já não havia pacientes na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) aguardando por um leito. "A transferência é feita em ambulância UTI, com o acompanhamento de equipe completa de profissionais", informa a PMT. De acordo com as secretarias de Saúde Nova Friburgo e Petrópolis, esses municípios tinham recebido moradores de Teresópolis, sendo cinco no primeiro e outros quatro no segundo. Não há informação de quantos foram levados para o Hospital São José, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Decreto
Para tentar diminuir o número de novos casos e consequentemente de pessoas precisando de internação, entrou em vigor na última quarta-feira, 03, um novo Decreto Municipal com medidas restritivas. Entre elas, o rodízio de CPF para acesso aos estabelecimentos comerciais e de serviços (incluindo clubes, academias e similares). Munícipes com o dígito do CPF par só podem entrar e/ou adquirir produtos e serviços de forma presencial nos dias pares e os munícipes com o dígito do CPF ímpar, nos dias ímpares; sendo o dígito 00 considerado como par. Essa medida não vale para os serviços de saúde, farmácia, veterinária, postos de combustível (exceto conveniência), concessionárias e às atividades com limitação específica de ocupação.
O decreto também estabeleceu o horário das 10h às 19h para funcionamento do comércio de rua. A ideia seria distribuir o fluxo de passageiros no transporte coletivo, além de obrigar o fechamento de bares às 22h, com permissão de serviço de delivery, drive thru e take way até às 23h. O cinema foi fechado novamente e está proibido o consumo de bebida alcoólica em espaços públicos a qualquer horário do dia e da noite, passível de apreensão das bebidas e multa sanitária no valor de R$ 136,42 para o cidadão em descumprimento ao decreto.
Proibida a venda e o consumo de bebidas alcoólicas nos clubes.
Escolas, igrejas e clubes
Também foi proibido o banho de sol e de piscina nos clubes, exceto para prática esportiva acompanhada por professor. Os estabelecimentos educacionais públicos devem permanecer na modalidade de ensino remoto até 21 de março e, os particulares, estão liberados para funcionamento. Os setores religioso e de alimentação (restaurantes, bares, lanchonetes e similares) devem obedecer o limite de 50% de ocupação do local e obedecer as medidas sanitárias determinadas por decreto. Proibido o funcionamento de cinemas e teatros e a realização de eventos públicos e privados. Denúncias de aglomerações ou outros atos de desrespeito ao decreto podem ser passadas para o telefone (21) 98126-4038, segunda a sexta, das 9h às 18h, e, fora desses horários e dias, diretamente para 190 (Polícia Militar).