Marcello Medeiros
O aplicativo da empresa contratada pelo governo municipal para fazer o controle e cobrança pela utilização de vagas de trânsito em Teresópolis apresentou problema nesta segunda-feira, 26. Nas primeiras horas do dia os proprietários de veículos emplacados no município não conseguiram ativar o desconto de 30% válido nessa situação. Apesar de indicar no programa tal abatimento, a tarifa aplicada era a mesma de veículos emplacados em outros municípios. Ou seja, no lugar de R$ 0,87 a cada meia hora, para os teresopolitanos também era indicado o valor de R$ 1,25 pelo mesmo período de utilização, portanto R$ 0,38 a mais por cada trinta minutos em que o veículo ficasse em via pública. A reportagem do Diário percebeu o erro por volta das 10h e, cerca de uma hora depois, a situação havia sido normalizada. Assim, o morador local que deixou seu veículo nas ruas sinalizadas como “Zona Comercial” depositou valores a mais nos cofres do governo Vinicius Claussen. Porém, o período de funcionamento sem qualquer desconto pode ter sido muito maior.
Em nota encaminhada para a redação do jornal O Diário e Diário TV foi confirmada a pane temporária e passada informação sobre como receber os valores pagos erroneamente em consequência do problema no sistema. A secretaria municipal de Segurança Pública informou que, de acordo com informações da empresa Digipare, “houve uma alteração errônea no cadastro de valores na segunda-feira passada, mas já foi corrigido e já está funcionando normalmente”. Quanto ao ressarcimento dos motoristas, “eles devem solicitar a devolução do valor a maior enviando um e-mail com o CPF cadastrado no Digipare para ouvidoriateresopolis@sinalvida.com.br”. Tal procedimento é, no mínimo, curioso. Afinal, a empresa contratada pela prefeitura tem uma planilha com todos os dados dos usuários, incluindo cadastro e valor pago, e poderia dessa forma creditar o valor cobrado erroneamente do motorista.
Paga valor cheio, recebe quebrado
Na semana passada, alguns usuários se queixaram sobre uma suposta falha onde a pessoa coloca um tempo determinado de período de tempo em que deseja manter seu carro estacionado como, por exemplo, 15 ou 30 minutos, mas assim que é dado o início da contagem se percebia uma subtração imediata de um, dois e até três minutos do tempo – um pequeno detalhe que pode pesar no bolso a longo prazo.
“Eu tenho o aplicativo devidamente instalado no meu celular e toda vez que eu compro um tempo de estacionamento, ao invés de a contagem regressiva começar em 29 minutos e 40 segundos, por exemplo, ele começa a contar já com 27 minutos, ou seja, cada vez que eu compro o serviço é reduzido por volta de três minutos do meu tempo de direito, e isso ocorre para qualquer tempo, inclusive quando utilizo os 15 minutos gratuitos. Eu estou realmente muito intrigado com essa situação, até mesmo por não saber a abrangência do fato, pois se tiverem outras pessoas que assim como eu está sendo prejudicada por essa falha. Realmente, é um caso sério, pois o consumidor tem direito de receber exatamente o que ele está comprando”, declarou Paulo Bakker, um dos motoristas que entrou em contato com o Diário para reclamar a situação.
Também ouvimos representante do governo municipal sobre o assunto. “Esse problema chegou ao nosso conhecimento no dia 4 de setembro e na mesma hora foi acionado o setor de desenvolvimento do aplicativo que ficou de nos dar um retorno sobre qual foi o ocorrido com o sistema para podermos avaliar o que realmente aconteceu, com isso iremos testificar se mais pessoas foram lesadas e dessa forma estaremos aptos a corrigir os erros e de alguma forma dar créditos aos usuários ou retirar a notificação, caso realmente tenha havido uma falha no sistema”, relatou o GCM Fabiano Basílio.
No dia anterior, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura havia divulgado nota com informação um pouco diferente, informando que “seria possível que o desconto em questão pudesse ser referente à taxa cobrada pelo cartão de crédito e que, dessa forma, o usuário deveria entrar em contato com a empresa administradora do cartão”. Porém, Basílio negou tal possibilidade. “O problema não tem nada a ver com essa questão de cartão de crédito, nós estamos aguardando uma nota oficial dos desenvolvedores para poder esclarecer, mas é importante ressaltar que todos que tiveram esse tipo de problema podem e devem entrar em contato com a gente, tanto na Rodoviária diretamente no Digipare ou através da ouvidoria do município no 192, ou também pelo site do eOuve”, conclui.