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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Bagunça de fios nos postes é cada vez maior em Teresópolis

Situação caótica representa riscos diversos. Nova lei em debate na Alerj prevê tempo menor para regularização

Isla Gomes

O excesso de fios em postes de energia elétrica é um problema conhecido há muito tempo e que afeta milhares de ruas e avenidas por todo o país. Em Teresópolis, a situação não é diferente. São centenas de fios soltos, enrolados e emaranhados nos postes e, até mesmo, nas calçadas. Além da questão visual, deixando a cidade com aspecto de desleixo e negligência, a fiação exposta pode causar inúmeros acidentes, mesmo que os fios não sejam elétricos, casos de incêndios gerados por curto circuito na fiação são recorrentes. Da muito frequentada Calçada da Fama ao bairro mais turístico do município, o Alto, são vários exemplos da falta de organização das empresas e, também importante frisar, de desleixo das autoridades políticas do município. Afinal, quando se trata de “cuidar do próprio quintal”, deveria haver uma preocupação maior daqueles eleitos para ocuparem cargos públicos e consequentemente cobrar melhorias para a população.

Diante de tantos problemas a serem solucionados, recentemente foi aprovado um projeto de lei na Alerj que obriga as concessionárias, permissionárias de serviço público e qualquer empresa privada que utilize fios em postes de sustentação a realizar o alinhamento dos cabos que estão em uso ou a retirada dos que se encontram inutilizados em um prazo de 180 dias. A nova proposta é de autoria dos deputados Júlio Rocha (Agir), Carlos Minc (PSB), Felipinho Ravis (SDD) e Índia Armelau (PL).   “Não tinha sentido um prazo tão grande para tirar fios em desuso, que além de causarem poluição visual, também são perigosos para a população”, justificou Carlos Minc.

São centenas de fios soltos, enrolados e emaranhados nos postes e, até mesmo, nas calçadas. Além da questão visual, deixando a cidade com aspecto de desleixo e negligência, a fiação exposta pode causar inúmeros acidentes, mesmo que os fios não sejam elétricos. Isla Gomes/O Diário

Poluição visual e risco de incêndio
O problema não está concentrado em um único bairro, está espalhado por todo o município, inclusive em locais turísticos, como ao redor da Feirarte (feirinha) no bairro do Alto e nas proximidades da Praça Matriz de Santa Teresa na Várzea, essas fiações se destacam, justamente por estarem em localidades de maior visibilidade e maior tráfego, que em teoria deveriam ser a vitrine do município. Vale destacar, que há alguns anos ocorreu um curto circuito em um desses postes na Calçada da Fama, causando um incêndio que gerou destruição e prejuízo, tanto para os comerciantes quanto para os moradores, além do risco iminente à vida das pessoas que estavam no local.

Empresas de internet
Entre as muitas empresas que utilizam os postes para fixar suas redes, vale destacar as que trabalham com internet. Nos últimos anos, dezenas passaram pelo município, deixaram de prestar atividade e simplesmente abandonaram a fiação não utilizada nos pontos fixos. Outras vão surgindo a cada ano e sobrepondo as “esquecidas” ou se mesclando às que ainda estão em funcionamento. Além disso, tem a prática de deixar rolos de fios pendurados em ramais, o que gera mais acúmulo.

Ainda nesse âmbito, enquanto o ser humano traz prejuízos ao meio ambiente, a natureza segue tentando se adaptar ao cenário atual, nossa equipe da Diário TV registrou um ninho com filhotes de passarinhos em meio a um desses emaranhado de fios espalhados pela cidade. Isla Gomes/O Diário

Natureza se adapta ao cenário
Ainda nesse âmbito, enquanto o ser humano traz prejuízos ao meio ambiente, a natureza segue tentando se adaptar ao cenário caótico atual. Nesta terça-feira, 26, nossa equipe registrou um ninho com filhotes de passarinhos em meio a um desses emaranhado de fios espalhados pela cidade. O flagrante ocorreu na Rua Padre Tintório, nas redondezas da Praça Matriz de Santa Teresa, Várzea.

Projeto de Lei
Trata-se do Projeto de Lei 954/23, que a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou na quarta-feira, dia 13 de setembro, em primeira discussão. O texto ainda precisa ser votado em segunda discussão pela Casa. O projeto, na prática, diminui o prazo para a adequação dos postes, que era de dois anos, segundo a Lei 8.588/19. A norma em vigor já obrigava o alinhamento ou retirada dos fios.


Edição 23/11/2024
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