Quem passou pelo bairro do Alto na manhã desta segunda-feira, 01, se assustou com uma grande fila de veículos. Das proximidades da portaria do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, passando por toda a Avenida Alberto Torres e seguindo pela Tietê, continuando então pela Alfredo Rebello Filho até chegar ao posto de atendimento da secretaria de Saúde ao lado da área de alimentação da Feirinha do Alto. O motivo: Um grande volume de idosos a partir dos 78 anos com a expectativa de receber o tão aguardado imunizante contra a Covid-19. Além dessa situação, muitos que não possuem automóveis ou não puderam pagar por um táxi para aguardar horas ficaram um longo período em pé, em uma fila para o outro lado da praça. No final das contas, de carro ou a pé, a grande maioria voltou para casa sem receber a vacina. "Essa situação é extremamente injusta, da como se procedeu. Fiquei de 11h30 até 14h30, pois o horário estabelecido (para o público de 78 e 79 anos) seria 14h, mas quando cheguei não tinha mais vacina. Ninguém avisou nada, é uma desumanidade o que estão fazendo", relatou ao jornal O Diário o aposentado Fernando Alves, morador do Panorama.
Em entrevista ao repórter José Carlos “Cacau”, o secretário de Saúde, Antônio Henrique, disse que a procura foi além do previsto e que surpreendeu os técnicos da pasta. Quando as doses terminaram, uma viatura da Guarda Civil Municipal foi posicionada no meio da fila e iniciada uma orientação para que os idosos retornassem para casa. “Tivemos um número muito maior do que o esperado. Acreditamos que por conta da pandemia muitas pessoas mudaram para Teresópolis, ocuparam também as casas de veraneio, e geraram essa procura maior do que o esperado”, explicou Antônio. Ainda segundo ele, a promessa é que mais doses da vacina cheguem a Teresópolis na quinta-feira e, dessa forma, o atendimento será retomado no dia seguinte.
Sem leitos
Outra situação que deve ser levada em consideração é que, mais uma vez, não há leitos disponíveis em Teresópolis. Em nota, encaminhada para a redação do jornal O Diário e Diário TV no final da tarde desta segunda-feira, a Assessoria de Comunicação da PMT confirmou que estamos dependendo, novamente, do sistema de regulação estadual. “Como o município atingiu 100% de lotação, os pacientes são transferidos para uma vaga disponível na rede estadual”. Através das redes sociais, o filho de um paciente com Covid-19 que precisou ser transferido para Petrópolis alertou para o drama vivido pela sua família e que a situação deve se repetir com muitos outros teresopolitanos.
“Se vocês forem UPA hoje, vão ver que tem paciente até em cadeira de plástico, em sala de médico, sala pacientes toda lotada, sala de enfermagem tomada, farmácia também cheio de gente… e o prefeito postando em portal da transparêcia que tem vaga. Meu pai foi transferido 21h30 e 21h da noite o Facebook da página da prefeitura postou que tinha sete vagas de leitos clínicos e três de UTI, mas não tinha porcaria nenhuma… Meu pai foi transferido para Petrópolis e muita gente para Volta Redonda, onde tem mais vaga. Aqui não tem vaga há muito tempo. Teresópolis não tem vaga para leito clínico, UTI, nada. Se não tem vaga, porquê não alerta o povo?”, questionou o jovem Matheus Maia, informando ainda que, por ter alertado sobre a situação do pai na página da PMT no Facebook, teve seus comentários excluídos e foi bloqueado pelo administrador.