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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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SindPMT denuncia irregularidades no plano de cargos da saúde em Teresópolis

“Se for aprovado do jeito que está sendo feito, o município terá um problema sério em breve”, enfatiza Kátia Borges

Marcello Medeiros

Em entrevista ao jornal O Diário e Diário TV nesta segunda-feira (16), a Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresópolis, Kátia Borges, explicou o motivo para o SindPMT deixar de participar da comissão que está trabalhando na construção do há muitos anos aguardado plano de cargos e valorização dos profissionais da área de saúde do município. Segundo ela, “porque está sendo feito um plano de gestão do prefeito. E não é do prefeito, tem que ser gestão do servidor”. Kátia relata que alguns erros e pontos preocupantes foram apontados chegaram a ser modificados, mas que o programa continuou sendo realizado de maneira que não atende diretamente ao servidor da prefeitura de Teresópolis. “Algumas coisas foram retiradas, outras não”, frisou.

“Não há um plano de reestruturação salarial, está tudo errado”, reforçou Kátia. Outro cargo considerado em extinção é o de motorista, segundo a denúncia.

Ainda segundo Kátia Borges, o Sindicato participou da fase embrionária e dos primeiros momentos de construção do PCCV, ajudou a montar uma comissão e a dar entrada nos trabalhos, inclusive contribuindo para que fosse respeitada uma decisão judicial que determina tal demanda, visando acabar com os comissionados e o investimento na contratação de servidores via concurso. Porém, mudanças foram feitas ao longo desse percurso e toda a demanda já apresentada acabou esquecida. “Quando trocou a gestão administrativa, foi criada uma nova comissão que não ficou paritária, não era composta pelos servidores, os que estão lá são secretários, subsecretários, cargos de chefia”, enfatizou a Presidente do SINDPMT, explicando ainda que a cada análise documental novos erros foram sendo encontrados. “Quando pagamos o anexo, vimos que na parte do impacto no orçamento do município se assustamos ainda mais, pois já passamos isso no Plano de Cargos e Salários e conhecemos essa história. Quando não se faz uma previsão de mudança nos salários de três anos no mínimo, é certeza que vai dar problema. Em três anos apenas, o servidor pode dobrar o salário e o município não está preparado para isso. Fizemos o apontamento para isso na última reunião da comissão. Então não vamos ficar em uma comissão mostrando uma coisa que sabemos que vai dar problema. Esse plano de cargos precisa atender quem já está e não o concurso, o novo, quem vai entrar”.

Até o fechamento desta edição a Assessoria de Comunicação da Prefeitura não havia se pronunciado sobre a considerada preocupante situação do funcionalismo público municipal. Foto: Arquivo/O Diário

Salários e mudança de cargos
“É lógico que para o médico tem que melhorar o salário sim. Não é justo um médico contratado receber 10, 12, 15 mil, enquanto o médico com 30 anos de casa ganha cinco, seis mil. Mas tudo precisa estar previsto corretamente dentro do plano. Outra coisa é que vão acabar com o cargo de auxiliar de enfermagem para colocar técnico, mas hoje só temos auxiliares de enfermagem. Então não adianta fazer concurso para técnico sem olhar o salário deles, sem valorizar o pessoal atual. Não há um plano de reestruturação salarial, está tudo errado”, reforçou Kátia Borges. Outro cargo considerado em extinção é o de motorista, segundo a denúncia.

Bode na sala
“Duas vezes ouvimos que o Sindicato não deveria estar ali, que só estava porque ‘o prefeito é bondoso e caridoso’. Então resolvemos sair porque entendemos que o plano está sendo feito para a gestão e não para o servidor. E já deixo avisado que se fizer do jeito que está, vai dar problema sério daqui a três, quatro anos, porque não terá orçamento para atender ao servidor, aí teremos falta de salários e outros problemas que sabemos que existem”, alertou a Presidente do SindPMT, informando ainda que agora a categoria vai cobrar um posicionamento da Câmara de Vereadores sobre a situação. “É onde a gente vai atuar agora, onde vamos apontar todos os erros para a Comissão de Saúde. Agora, se aprovar daqui a pouco o Legislativo terá sua culpa também. Esperamos que na Câmara se consiga realmente construir algo favorável ao servidor”.

Governo Vinicius silencia
Nesta segunda-feira cobramos um posicionamento do Governo Vinicius Claussen sobre as denúncias apontadas pelo do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresópolis. Porém, até o fechamento desta edição a Assessoria de Comunicação da Prefeitura não havia se pronunciado sobre a considerada preocupante situação do funcionalismo público municipal, que, aliás, nos últimos anos realizou alguns protestos contra o atual prefeito – que apenas no início do que chama de gestão teria recebido os servidores e, nos últimos meses, ignorado os pedidos de ajuda da categoria.

Edição 22/11/2024
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