Marcello Medeiros
As fortes chuvas da última terça-feira pararam a região central do município, além de colocarem em situação de risco moradores de vários bairros da zona urbana. Mas, distante dos olhos do poder público e de boa parte da população, a zona rural também registrou muitos problemas entre meados da tarde e a noite do dia 31 em consequência do grande volume de chuva. O pequeno rio que atravessa a localidade de Vargem Grande transbordou, invadiu residências e causou grandes danos em algumas ruas. A reportagem do Diário esteve nesse cantinho do Terceiro Distrito nesta quarta-feira, 01, e conversou com os moradores sobre essa triste situação. Muitos perderam tudo que tinham, sobrando apenas a esperança e força para recomeçar, somadas ao carinho familiar e da união da própria comunidade.
Alfeu da Cruz Silva, morador da Rua Valdir Augusto da Costa, relatou os momentos de tensão vividos com sua família. “Foi tudo muito rápido, não deu para a gente salvar nada. Começamos a pedir ajuda às 18h e só conseguimos sair às 23h10, com ajuda de um bote do Corpo de Bombeiros. Tive que sair da casa com minha esposa nas costas, com água no pescoço, para salvar ela e os nossos bichinhos. Infelizmente a gatinha da minha enteada não resistiu”, contou, visivelmente emocionado. “Estamos tentando limpar a casa e botar para fora os móveis despedaçados, quebrou tudo. Agora aqui na rua não passa mais caminhão, muito mal um carro de passeio”, disse ainda o Alfeu.
Também morador da Rua Valdir Augusto, Adenilson Freitas e familiares trabalhavam para remover da servidão onde vivem um muro derrubado pela força da água do rio. Ele enfatizou ao Diário o abandono em Vargem Grande. “Esse rio não é dragado há 30 anos, sempre abandonado pelas autoridades. Eles só vêm aqui na eleição pedir voto. Até agora não apareceu nenhum político, vereador, ninguém. Infelizmente, eles só lembram na época da eleição”, destacou, também reforçando que os moradores se uniram para retomar a vida na triste manhã de quarta-feira. “É um ajudando outro, se depender de autoridade, não teremos nada, é sempre foi assim”, pontuou.
Família precisa de ajuda
Residências localizadas entre as ruas Valdir Augusto e Getúlio de Barros Veiga foram as mais prejudicadas, visto que o pequeno rio tomou proporções tão grandes que tomou toda essa área. Quinze horas depois da tempestade, ainda havia muita água nos terrenos desses imóveis. Um desses locais é onde fica a residência do pedreiro Rodrigo Herculano. Pai de quatro filhos, ele relatou ao Diário que perdeu todos os móveis, roupas e alimentos. “Encheu em questão de segundos, quando vimos já estava tudo alagado. Só deu tempo de pegar as crianças e sair. Tivemos perda total, não deu para aproveitar nada. Quem puder dar força, vamos agradecer muito. Quem puder ajudar com qualquer quantia, ficaremos gratos porque infelizmente a condição é precária”, destacou Rodrigo, que pode ser ajudado no PIX 166 547 587 03 (CPF).