Isla Gomes
A flor do Ipê foi considerada símbolo do Brasil a partir de um decreto do presidente Jânio Quadros, de 27 de junho de 1961. A decisão levou em conta o fato de a espécie estar presente em todas as regiões do país, além do tom vibrante e marcante das suas flores. Durante a florada, suas folhas caem e a árvore fica inteiramente amarela, contrastando com os ramos verdes e com o céu azul, essa união representa perfeitamente as cores da bandeira do Brasil. Por ser uma espécie que chama a atenção principalmente por sua beleza, é muito utilizada na ornamentação de parques, praças e outras áreas públicas. Até alguns anos atrás era possível ver uma Praça Olímpica mais colorida com o chamativo amarelo do Ipê que encantava quem passava e atraía turistas, um perfeito exemplar da espécie que, com o passar dos anos, deixou de florescer e exibir sua beleza. Para compreender o motivo dessa decadência, conversamos com o criador da Fundação Ipê-Amarelo, que cuida dessas e outras espécies há anos no município. “É muito triste dizer, mas, esta árvore aqui da Praça Olímpica foi sacrificada no momento que a prefeitura fez a reforma da Praça, a espécie foi tratada de maneira totalmente imprópria, pois, o que simbolizava o enorme vaso onde ela era plantada foi transformado nesse pequeno pedacinho de terra aqui, para piorar, nesse pedacinho de terra foram cortadas as raízes de sustentação lateral e de alimentação profunda, isso resultou em menor prospecção de nutrientes para o solo, e com isso a árvore começou literalmente a definhar, ficando sem capacidade de floração e de folhagem”, explica Oswaldo de Oliveira.
Lutando pela vida
Ipê é uma palavra derivada do Tupi (ï pé), que significa “árvore cascuda”. Sendo nativa da Mata Atlântica, o exemplar da Praça Olímpica está fazendo jus ao significado de seu nome, pois mesmo em meio às adversidades, ela ainda está gerando sementes em uma parte de seus ramos. “Apesar de todos esses impasses, incrivelmente, ela ainda está gerando sementes, essas sementes estão em uma altura aproximada de dez metros, ou seja, seria preciso que a Prefeitura ou o Corpo de Bombeiros ajudassem a gente a pegar essas sementes lá em cima para podermos replanta-las e assim teremos a chance de dar continuidade a essa espécie tão especial”, ressalta.
Como salvar esse Ipê
Oswaldo esclarece que é possível salvar o Ipê da praça, mas, para isso, medidas urgentes precisam ser tomadas. “É possível salvar esse exemplar desde que seja feita uma reformulação completa da base, tem que ser feito um muro pequeno em volta, com um metro de altura mais ou menos, depois é preciso descompactar o solo com picareta, depois disso basta preencher o solo com húmus de minhoca e forração de adubo orgânico”, pontua.
Fundação Ipê-Amarelo
Além de projetos ambientais, fundação criada por Oswaldo também conta com ações sociais, para continuar atuando a iniciativa demanda a ajuda de voluntariado, para se candidatar basta entrar em contato pelo e-mail amarelei49@gmail.com. “A fundação é assistencial e ecológica, temos trabalhos na área médica, assistência jurídica para mães de baixa renda, ações de reconhecimento de paternidade, tudo isso de forma gratuita, mas nosso foco principal é a ecologia, nossa função primordial é a criação de jardins botânicos”, conclui.