Símbolo das notas de 200 reais, um indivíduo de lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) foi recentemente registrado em vídeo por uma armadilha fotográfica localizada no município de Cachoeiras de Macacu, na Região Serrana. O flagrante foi feito pelos ambientalistas Juran Santos e Izar Aximoff na Reserva Ecológica de Guapiaçu, a Regua, Reserva Particular do Patrimônio Natural reconhecida pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), vizinha ao Parque Estadual dos Três Picos.
Maior canídeo da América do Sul, o lobo-guará apresenta uma coloração avermelhada, longas patas finas e longas orelhas. Inserido na categoria vulnerável pela lista vermelha do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e em risco de extinção, as principais ameaças ao lobo-guará são caçadores, atropelamentos e a degradação do habitat natural por atividades resultantes da ação humana. Por isso, são essenciais políticas de preservação da espécie que cumpre importante serviço ecológico de dispersão de sementes.
“Temos observado recentes registros do lobo-guará no território Fluminense, o que liga um alerta para nossas ações de preservação e conservação. Apesar de ser um animal típico do cerrado e ser encontrado também em áreas de transição, abertas, com vegetação arbustiva do nosso estado, a presença o lobo-guará em áreas diferentes das originárias pode acarretar em desequilíbrio para as populações locais. Os órgãos ambientais estaduais, com suas unidades de conservação e projetos, estão empenhados em proteger o habitat da nossa fauna e assim duas funções ecológicas fundamentais para um ambiente equilibrado”, destaca o presidente Philipe Campelo
Perda de habitat
O Brasil concentra 90% de exemplares da espécie e, apesar de ser endêmico da América do Sul, típico do Cerrado e dos Pampas, cada vez mais os lobos-guará estão aparecendo na Mata Atlântica. Isso ocorre pela perda de habitat natural em decorrência da expansão de áreas agrícolas e urbanas.