Marcello Medeiros
Assim como ocorreu no fim de ano, quando um grupo de jovens combinou um “rolezinho” utilizando motos em situação irregular e promovendo baderna em vias públicas, um grupo de Nova Friburgo que tentou repetir o “passeio” em Teresópolis teve que voltar para casa de carona. Nove motocicletas foram apreendidas na região de Bonsucesso, no Terceiro Distrito, depois que a Polícia Militar recebeu denúncias sobre atos infracionais e ilícitos na zona rural do município. Guarnições do 30º BPM cercaram o bando e constataram diversas irregularidades: menores na condução das motos, falta de licenciamento, placa, retrovisores e a utilização de canos alterados, promovendo barulho ensurdecedor.
Equipe do setor ROMU Alfa, da Guarda Civil Municipal, foi acionado para dar apoio aos militares. Diante das irregularidades envolvendo os veículos, eles foram removidos para o depósito público municipal, em Três Córregos, às margens da BR-116. Os proprietários precisam regularizar todos os itens para conseguir retira-los. Caso não realizem a atualização dos documentos e instalação dos acessórios obrigatórios em até 60 dias, as motocicletas podem ser encaminhadas para leilão. Os menores envolvidos no delito do fim de semana foram conduzidos à 110ª DP, sendo autuados por ato análogo às infrações cometidas e entregues aos responsáveis.
“Rolezinho” = formação de quadrilha
De acordo com o Delegado Titular da 110ª DP, Marcio Dubugras, esse tipo de ação não se trata apenas de desrespeito às normas de trânsito: configurada a reunião com tal intenção, o que se confirma facilmente através dos telefones celulares recolhidos com os autuados, por exemplo, eles podem ser autuados por formação de quadrilha. “Esses motoqueiros que ficam se juntando para fazer manobras, empinar moto, correr, praticar rachas em via pública, no nosso entender, configurando que se juntam para esse tipo de atividade, podem entrar na formação de quadrilha. Quando há intenção de se juntar para cometer delitos, é formação quadrilha, todos podem ser presos e sem direito a fiança, com as motos apreendidas e colocadas em leilão”, explica Dubugras.
O Delegado atenta ainda para a mudança recente na Lei que deixa ainda mais rigorosa a sanção para quem retira a motocicleta da placa ou modifica de alguma maneira o sinal identificador do veículo. “Foi muito benéfica essa mudança no Código Penal, está sem placa, com a placa adulterada, mexeu na numeração, raspou ou qualquer coisa do tipo, pode ser preso e pegar até seis anos de cadeia”, enfatiza.
Nas ações realizadas no fim de ano passado, o Delegado informou que iria estender a punição também aqueles que emprestam veículos para essas práticas delituosas: “Toda semana há ocorrências na cidade de acidente, causando lesões, mortes, envolvendo motos, atropelando pessoas e ruas e calçadas. A única forma de diminuir esse tipo de situação é imputando o crime, apreendendo a moto e mandando para leilão. Outra coisa que temos deixado claro é que também vai arcar o proprietário da moto que a empresta para uma pessoa inabilitada, então vai responder por crime o inabilitado e o proprietário da moto”.