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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Trilha mais antiga da Serra dos Órgãos completa 183 anos

Pedra do Sino é o ponto mais alto e um dos mais visitados dessa imponente cadeia de montanhas

O marco do montanhismo nacional é o Dedo de Deus, desbravado em 08 de abril de 1912 por um grupo de Teresópolis e cuja escalada mostrou para o país que era possível vencer desafios como essa icônica formação rochosa. Mas a primeira grande aventura na Serra dos Órgãos ocorreu 71 anos antes. Apesar de não ter sido pelos mesmos fins, o desbravamento da trilha da Pedra do Sino, ponto mais alto dessa cadeia de montanhas, também deve ser considerado como um grande marco. Afinal de contas, abrir um caminho de quase 11 quilômetros, em subida, atravessando uma densa região de Mata Atlântica, foi realmente um grande feito, realizado em 10 de abril de 1841. Hoje, 183 anos depois e com um caminho batido, essa é uma das trilhas mais visitadas do Parque Nacional da Serra dos Órgãos.

O ponto mais alto da Serra dos Órgãos se eleva a 2.255 metros de altitude, em relação ao nível do mar. Foto: Acervo Mochileiro


A ideia de tentar alcançar os pontos mais altos dessa região foi do botânico inglês George Gardner, interessado em explorar nossa flora – lembrando que atualmente o PARNASO é referência em pesquisas no país. Segundo relatos da época, depois de vencer a mata virgem, cabendo o trabalho pesado a cerca de 100 escravos do colonizador teresopolitano George March, Gardner chegou aos 2.255m de altitude, que, só depois, descobriram ser o ponto mais alto da cadeia de montanhas que encanta o mundo. Muitos anos depois, outra época marcou o Sino. Quatro abrigos foram construídos ao longo dos 11,5 quilômetros e a trilha bem aberta, de acesso muito mais fácil do que nos dias de hoje. Tanto que houve um tempo que se chegava ao cume a cavalo.


Os abrigos foram desaparecendo aos poucos. Hoje há apenas um chalé quase no cume, construído no início dos anos 2000, e dos outros apenas resquícios, a trilha foi ficando bem mais fechada e o número de frequentadores aumentou bastante. Tanto que há aproximadamente 15 anos a administração do parque precisou limitar o número de visitantes por dia. No ponto mais alto da Serra dos Órgãos, a vista é deslumbrante para qualquer lado que se olhe. O fantástico Vale da Morte, a Baía de Guanabara, Teresópolis, Petrópolis… De cima, outras montanhas da cadeia, como Garrafão, Dedo de Deus, Escalavrado, Dedo de Nossa Senhora, Nariz e Verruga do Frade… É fácil ficar horas encantado com as belezas e o clima desse local.

O Sino, que na verdade vem de “cimo”, cume, visto a partir do local conhecido como Campo das Antas. Foto: Acervo Mochileiro

A subida
Para chegar ao marco zero, que marca o ponto mais alto, se faz uma caminhada de aproximadamente quatro horas. Porém, o tempo de subida pode variar bastante, de acordo com o peso da mochila e preparo físico da pessoa. Uma dica importante é nunca pegar atalhos. O caminho que parece mais curto geralmente é mais íngreme, e, pior, passar por ele causa danos quase que irreparáveis a trilha.

Atualmente, a trilha mais antiga do PARNASO é também uma das mais procuradas pelos visitantes. Foto: Acervo Mochileiro

Conheça, preserve
Por experiência própria, posso dizer que chegar ao cume da Pedra do Sino é uma sensação que deveria ser experimentada por todo teresopolitano. Sentir e ver de perto o que atrai gente do mundo inteiro. Eu, que já estive em praticamente todos os cumes da Serra dos Órgãos, não consigo deixar de pernoitar, pelo menos uma vez por ano, no ponto mais alto da cadeia. Aliás, vem daí o nome. O “sino”, na verdade, é “cimo”, de cume. Para saber mais sobre o passeio, como ingresso e horários permitidos de acesso, visite o site do Parque Nacional www.icmbio.gov.br/parnaso

A famosa cachoeira Véu de Noiva, um dos atrativos da subida de aproximadamente 11 quilômetros. Foto: Acervo Mochileiro

Edição 23/11/2024
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