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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Pedra fundamental tem, não tem é obra pronta ou ao menos iniciada em Teresópolis

Dois anos depois das promessas do prefeito Vinícius em 3 de junho de 2022, sobraram somente as placas de lançamento. Obras que começaram não ficaram prontas e outras nem foram iniciadas

Wanderley Peres

Dois anos atrás, em 3 de junho de 2022, quando fazia 4 anos em que havia sido eleito, no mesmo dia e mês em 2018, na eleição suplementar em que bateu o candidato Luiz Ribeiro com 22 votos, sem nada ter feito até então, o prefeito Vinícius Claussen prometeu a construção de um polo de saúde em Teresópolis, com Clínica da Criança, e da Mulher; Centro de Diagnóstico Precoce do Câncer, Centro de Imagem e consultórios das especialidades clínicas, “unidade moderna equipada com aparelhos de ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética, entre outros, para atendimentos especializados aos pacientes em tratamento”.

A promessa foi feita ao vivo, em entrevista na Diário TV, em que participou, também, o governador Cláudio Castro, que veio à cidade para o lançamento do Segurança Presente, que está funcionando bem, e da Agência Resolve/RJ, de Desenvolvimento Econômico Regional. Na oportunidade, o governador Castro anunciou novas ações em conjunto com a Prefeitura e que somariam mais de R$ 100 milhões de investimentos no município, sendo necessário a contrapartida do município, especialmente na elaboração dos projetos. Foi ainda reinaugurada a Faetec, obra do Estado, que teve a troca de revestimento, reparos na rede elétrica, e pintura interna e externa; feita vistoria no recapeamento asfáltico com o trabalho de fresagem na Rua Manoel Carreiro de Melo e de asfalto quente nos cerca de 900 metros de extensão da via; e foi realizada reunião do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Serrana, que tinha como vice-presidente o prefeito Vinícius Claussen, entidade que se desintegrou depois do prefeito de Petrópolis viu ser apropriado recurso do consórcio pelo nosso município, como denunciou ao DIÁRIO o próprio presidente do consórcio, prefeito de Petrópolis Rubens Bomtempo.

Prefeito fez festa pela pedra fundamental do polo de saúde em Teresópolis em imóvel particular

POLO DE SAÚDE

No lançamento da promessa do Polo de Saúde São Pedro, que fica [no mundo imaginário do prefeito] na rua Tenente Luiz Meirelles, 789, São Pedro, no prédio do antigo ambulatório do Unifeso, foi anunciado que ele seria desapropriado pelo Governo do Estado e repassado ao Município para instalação da Clínica da Mulher, que ofereceria atendimento especializado ao público feminino no ciclo vital gestação-parto-pós-parto e atendimento de pediatria, desde a puericultura até a adolescência; Centro de Diagnóstico Precoce do Câncer – disponibilizará serviços e exames para auxiliar na identificação da doença, como mamografia, endoscopia, colonoscopia e biópsias, e atendimento ao público masculino; Centro de Imagem – unidade moderna equipada com aparelhos de ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética, entre outros, para atendimentos especializados aos pacientes em tratamento; oferendo, ainda, Atenção Secundária, com diversas especialidades clínicas e cirúrgicas, como cirurgia vascular, angiologia, endocrinologia, urologia, cirurgia geral e neurologia, entre outras.

Apesar de ser apenas uma promessa, que dependia da aquisição do imóvel, que a Prefeitura não agilizou o processo, três meses depois de inaugurada a pedra fundamental, em que os vereadores endossaram a promessa permitindo os seus nomes na placa de lançamento, “dado ao andamento aos trabalhos para o início da obra”, o Prefeito Vinicius Claussen realizou vistoria técnica no prédio que abrigaria o Polo de Saúde São Pedro. Acompanhado da Secretária de Saúde, Clarissa Ripel, do Secretário de Obras Públicas, Ricardo Pereira Jr, e equipes, o prefeito definiu onde seriam alocados os serviços que a unidade ofereceria e as intervenções estruturais necessárias.

Mas, dois anos depois nesta segunda-feira, 3, o prédio com cerca de 3 mil metros quadrados de área construída, e que por ter abrigado uma unidade de saúde anteriormente, possui uma estrutura de ponta, com as instalações hidráulicas e elétricas necessárias, e a devida acessibilidade, o “polo de saúde” fake continua fechado e nenhum tipo de obra foi feita nele, sabendo-se, até, que o imóvel não estaria com o habite-se necessário, ou demais documentos, para a venda para o Estado, principal motivo para que não fosse cumprida a promessa, porque o município não dispôs de outro imóvel no valor para o governo do Estado substituir.

Pedra fundamental para construções de 500 unidades habitacionais em 30 de março de 2022

OUTRAS PROMESSAS

Dois meses antes, em 30 de março, o prefeito já havia recebido o governador Castro em Teresópolis para o lançamento de outras pedras fundamentais: de reforma da Rodoviária e da Feirarte, e de construção de mais 500 unidades habitacionais no condomínio Parque Ermitage, onde foi “entregue” a Creche e Centro Municipal de Educação Infantil do Parque Ermitage, finalmente aberta este mês, dois anos depois.

O eleitor esperava um prefeito bom, ou menos pior

Os eleitores de Teresópolis voltaram às urnas no dia 3 de junho de 2018, depois que o prefeito Mário Tricano e seu vice, Darcy Sandro Dias, foram retirados dos mandatos pelo TSE.

A eleição para prefeito de Teresópolis foi definida somente com a última urna apurada. Com 36,58% dos votos válidos, Vinicius Claussen (PPS) venceu Dr. Luiz Ribeiro (MDB), que recebeu 36,55%. Faltando apenas uma urna para o encerramento da apuração, o MDB estava à frente, mas, ao fim da contagem, a coligação do vencedor (PPS-PRB) totalizou 23.500 votos, 22 a mais que o segundo colocado, que obteve 23.478 votos.

O terceiro mais votado foi Petto, do Solidariedade, que recebeu 13,64% dos votos válidos. A abstenção chegou a 34,52% do eleitorado, ou 43.469 pessoas. Entre os que compareceram, 4,3% votaram branco e 17,78% anularam.

A eleição teve ao menos quatro urnas substituídas e quatro incidentes de boca de urna que terminaram com pessoas detidas.

Tricano se mantinha no cargo devido a uma liminar do Tribunal Superior Eleitoral, que lhe deu a Prefeitura em janeiro de 2016, ano em que concorreu à reeleição e retomou o mandato que acabou sendo extinto depois de revogada a liminar ser revogada e quando, providencialmente, o prefeito desistiu do processo – para não ver-se cassado, certamente -, e quando já não estava mais no cargo, ocupando a Prefeitura o seu vice-prefeito, Sandro Dias. Nesse período, enquanto cuidava de “assuntos particulares”, e corria os processos de denúncias dos vereadores, que acabaram presos, supostamente, porque não concordavam com a venda da água. Ao assumir o governo, uma das providências de Vinícius foi retomar o processo da venda da água, concluindo o negócio, “ao arrepio da lei e dos bons costumes”, como se sabe bem.

Edição 22/11/2024
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