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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Quando Paquetá é a ponta de um iceberg

Próxima segunda-feira, a Seleção Brasileira estreia na Copa América. Compartilho que estou menos preocupado com questões técnicas e táticas. Mas com uma grande questão ética na qual teremos um emblema da situação: Lucas Paquetá.
Esse jogador representa uma questão sui generis, totalmente inédita. Pode ser o principal jogador do meio-campo do escrete nacional e semanas depois pode ser banido do futebol.
Como isso é possível?
Ele pode o principal jogador “da meiuca” por dois motivos. Primeiro, tem desempenhado muito bem a função em grandes times da Europa nos últimos 6 anos. Jogou no Milan, Lyon e por dois anos tem sido o principal articulador do West Ham, clube médio da disputada Premier League. Segundo, temos, na atualidade, uma infeliz escassez de meias talentosos.
Ele pode ser banido por um único motivo: manipulação de jogo.
É triste mas nesse aspecto é difícil defender o rapaz. Ainda que não tenha ganhado absolutamente nada do ponto de vista financeiro, digo ele pessoalmente, está claro que houve um combinado e ele manipulou seu comportamento dentro de campo.
Vendo cuidadosamente os quatro lances em jogos diferentes, vemos de forma muito nítida que os cartões amarelos foram infantilmente provocados. Em jogos já definidos ou de pouca expressão. A outra parte, o instituto inglês que investiga o caso fez. Divulgou a lista de sessenta (isso mesmo, 60!) apostadores que apostaram a mesma coisa, em quatro dias diferentes, uma aposta muito específica: os quatro cartões amarelos banais e forçados. Os sessenta apostadores residem… na Ilha de Paquetá. Indefensável!
Como cidadão espero que o caso seja sim punido. Como torcedor e ser humano espero que encontrem uma punição razoável que seja dura mas não encerre a carreira dele.
Mas isso é apenas a ponta de um iceberg. Temos um conflito ético gigantesco acontecendo diante dos nossos olhos.
Dessa forma decidi nas próximas duas semanas versar sobre isso.
Na próxima, escreveremos sobre o conflito de interesse de atletas sendo garotos-propaganda de casas de apostas. Um absurdo. O outro as casas de apostas serem patrocinadoras de campeonatos. Outro absurdo. Manipulações que comprometam o esporte são meras questões de tempo. Jogadores podem ceder a aliciamentos não só por ganância mas por constrangimento e até medo.
Na semana imediatamente seguinte, falaremos do problema social das apostas. Sim, a facilidade do celular e os apelos que estão fazendo são preocupantes. Tem gente tirando a própria vida por isso. E tem empresa desesperada vendo funcionários gastarem todo o salário com apostas minutos depois de o receberem.
Precisamos falar sobre isso.
Refletindo seriamente, desejo a todos um bom final de semana!

Felipe Coelho é presidente da ACIAT – Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis

FELIPE COELHO

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Edição 23/11/2024
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