O brutal assassinato de quatro pessoas, sendo três da mesma família, em uma localidade no Segundo Distrito, chocou Teresópolis. A ira de um homem que teria como principal motivação o término de um relacionamento amoroso destruiu famílias e causou espanto em uma população em sua grande maioria pacata como a teresopolitana. Além de quatro mortes, praticadas com a utilização de uma espingarda tradicionalmente usada para a caça de animais, a informação que por muito pouco uma criança de sete anos não entrou na macabra lista da chacina implica ainda mais no que deve ser imputado ao apontado autor da barbaridade, o lavrador Eujaique José Pereira, de 46 anos, considerado foragido. Nesta segunda-feira (1º), a reportagem do Diário esteve na 110ª Delegacia de Polícia para conversar com a autoridade policial do município, que informou que segundo as investigações a menina foi salva pelo principal alvo do suspeito, sua ex-companheira, Roberta Pereira, de 48 anos.
Vítimas da chacina: Evandro Santos Grunier, 27; Anderson Ribeiro, conhecido como “Andrin”, de 44 anos; Gerciane Grunier, 33; e Roberta Pereira, de 48 anos. Segundo a polícia, autor usou espingarda tradicionalmente utilizada para caça de animais
“Inicialmente recebemos a informação de que três pessoas tinham sido mortas no interior. Pessoalmente segui junto com a perícia e no local verificamos em uma casa uma família, três pessoas mortas com uso de arma de fogo. Enquanto estávamos no local recebemos informação de que em um rio próximo havia o corpo de uma mulher. Concluímos que o autor, que foi identificado e já tem mandado de prisão, obtido no plantão judiciário e considerado foragido, entrou na residência da família e matou as três pessoas. A mulher dele fugiu do local com a criança de sete anos e a escondeu em uma cocheira, salvando sua vida. Ele seguiu atrás da ex-companheira e no trajeto deu um tiro nela, provocando sua morte”, relata Dubugras.
Sobre a motivação para a barbaridade, a principal linha de investigação é a de que Eujaique, quem também seria conhecido como Jarbas, não teria aceitado o fim do relacionamento com Roberta e atacado a família que a abrigou. “A informação que nós temos é que na sexta-feira, um dia antes do fato, ela decidiu se separar dele. Acreditamos que a família acolheu a mulher até ela conseguir um local para residir e com isso o autor deve ter ficado revoltado com a situação, não aceitado e decidido matar a mulher e a família que estava a acolhendo”, destaca o delegado.
As outras vítimas
Além de Roberta, foram encontrados mortos na Fazenda Jacuba, localizada na região de Gamboa, a poucos quilômetros de Ponte Nova, o casal Anderson Ribeiro, conhecido como “Andrin”, de 44 anos, e Gerciane Grunier, de 33; e Evandro Santos Grunier, de 27, irmão de Gerciane. Imagens postadas em redes sociais mostram a família junto ex-companheira de Eujaique em uma festa junina realizada em escola na região, horas antes do crime.
Foragido e pena
Como citado pelo Delegado, já no domingo o Judiciário expediu ordem para realizar a prisão do principal suspeito do quádruplo homicídio. “Esse homem, que não pode ser considerado um ser humano, é um animal que matou quatro pessoas, vai responder por feminicídio e três crimes de homicídio triplamente qualificado. A pena dele pode chegar a 120 anos de prisão. Estamos no intuito de prendê-lo, de tirar de circulação. Todas as equipes da delegacia, juntamente com a Polícia Militar, estão trabalhando no intuito de prendê-lo no menor tempo possível. O primeiro trabalho foi entender o fato e juntar provas para fazer o pedido de prisão, o que conseguimos. Agora nessa segunda fase é prender essa pessoa. Só vamos sossegar quando tirar ele de circulação, fazer com que responda a processo que culmine com a sanção penal e prisão por muito tempo. Espero que realmente fique preso muito tempo, que não retorne à circulação porque é uma ameaça para a sociedade”, enfatizou o Titular da 110ª DP.
Mortes ocorreram na Fazenda Jacuba, localizada na região de Gamboa, a poucos quilômetros de Ponte Nova
Denuncie!
Informações que possam contribuir com a localização do suspeito de autoria das mortes podem ser passadas para os telefones 190 e 2742-7755. Não é necessário se identificar. O segundo número também funciona como WhatsApp, com sistema que protege todos os dados do denunciante.