Luiz Bandeira
Por volta das 9h desta quarta-feira, 20, moradores da servidão 505, na Travessa Arlindo Carreiro, no bairro de Paineiras, viveram momentos de terror quando um muro que limita um terreno da servidão desabou, após uma semana inteira de muita chuva em toda a cidade. Com o histórico de desabamentos provocados em períodos longos de chuva no bairro e por conta de construções irregulares, a moradora da casa que fica imediatamente abaixo da propriedade onde o muro caiu acionou a Defesa Civil, que imediatamente deslocou uma equipe de pronto emprego para verificar o ocorrido. Após vistoria técnica, os agentes verificaram que não havia risco de deslizamento ou novo desabamento sobre a propriedade da reclamante. A reportagem do jornal O Diário de Teresópolis e Diário TV esteve no local na tarde desta quinta-feira, 21, para registrar os estragos causados pelo desabamento e para também colher relato dos moradores do local afetado. Simone Gonçalves, moradora da servidão vizinha e que se sente ameaçada, relata que ouviu estalos e correu para evitar o pior. “Eu tenho medo porque atrás do muro tem muito entulho, eles fizeram obra e jogaram entulho atrás do muro, então eu acho que pode vir a cair o muro sim e derrubar a minha casa. Eu não estou dormindo nem no meu quarto, estou dormindo na sala porque eu tenho medo de cair, a noite toda eu fiquei acordada com medo porque fiquei escutando estalo, eu fico achando que ele vai cair”, relata Simone.
Questionada sobre a liberação da Defesa Civil a moradora disse que “não confia no laudo” e se mantém em alerta. “Eles disseram que não tinha risco não, mas se chovesse forte sim, que pode vir a cair porque está cheio d’água”. Simone disse ainda que a Defesa Civil orientou que o proprietário do terreno onde o muro caiu cobrisse o terreno com plástico e fizesse uma calha para escoamento de água da chuva. “Continua encharcando de água, o muro fica minando água, então vai cair sim com certeza”, destacou a moradora.
Enquanto registrávamos os estragos causados pela queda do muro, o proprietário do terreno onde aconteceu o desabamento, o senhor Paulo André, apareceu, questionou nosso trabalho e fez questão de justificar que sua propriedade não oferece risco a vizinha, o que, segundo ele, a Defesa Civil já constatou. “Eu não estava em casa, mas meus irmãos entraram em contato comigo, aí eu vim pra casa rapidamente para atender o pessoal da servidão, para liberar o espaço deles. Nesse momento a Defesa Civil esteve aqui, disse que o muro estava bem feito, caiu por excesso de água, por causa de muitos dias de chuva direto. O outro muro ali não cai porque ele está de arrasto, ele está inclinado porque ele foi feito pra isso mesmo, pra ele não cair”, pontuou.
Paulo André reclamou ainda que sua vizinha não tem motivo de denunciar sua construção e questiona sua postura. “Ela está querendo que a gente indenize ela de alguma forma, não sei, só que não tem condições, a Defesa Civil esteve aqui e deu o laudo garantindo que não tem risco para a casa dela, só que ela está acusando que vai cair em cima da casa dela”, acusa.
O morador relatou à nossa reportagem que assim que cessarem as chuvas reconstruirá o muro reforçado e que vai concertar a escada da servidão. Importante frisar que a Defesa Civil não interditou nenhuma residência da servidão 505 e vizinhança.
Em alerta
Na quarta-feira entrevistamos o secretário de Defesa Civil para buscar informações sobre as consequências de uma semana de chuvas incessantes no município. O Coronel Albert Andrade destacou que não é comum para essa época esse volume de chuva. “Nos meses de outubro ocorrem pancadas esporádicas, mas não uma chuva com essa continuidade que nós estamos tendo nos últimos dias. Nós temos aí praticamente uma semana inteira de chuva”, atentou.
Por conta do acumulado, o teresopolitano deve ficar atento quando houver pancadas de chuva forte, alerta o secretário. “É importante que as pessoas sempre observem os alertas da Defesa Civil, que são dados através do telefone 40199. Nas comunidades que têm o sistema de alerta e alarme, fiquem atentos ao tocar das sirenes, casos elas soem o alarme que elas se dirijam aos pontos de apoio e que fiquem atentas se houver movimentação de árvores, que também é um dos problemas que nós temos, trincas em muros ou na própria estrutura das casas ou estruturas de talude, que é a encosta, que elas entrem em contato com a Defesa Civil pra que a gente possa fazer uma vistoria no local. Nós estamos com duas equipes de pronto emprego 24 horas de plantão e é importante que faça o acionamento pelo número 199. Muitas das vezes as pessoas jogam nas redes sociais e a gente só fica sabendo um tempo depois, então é importante ligar para o 199 que atendimento é mais rápido”, concluiu o secretário.
