Marcello Medeiros

Após um período acautelado no xadrez da 110ª Delegacia de Polícia, um casal flagrado com uma grande plantação de Cannabis sativa em Teresópolis foi encaminhado para unidade prisional da Polinter, no Rio de Janeiro. Eles foram apontados como responsáveis pelo cultivo e venda de maconha em uma residência na Rua Janotti Primo, em Iúcas, onde operação conjunta do 30º Batalhão de Polícia Militar e Polícia Civil terminou como a apreensão de 90 pés da planta entorpecente, estufas e outros equipamentos utilizados para cultivar e processar a droga de diferentes formas. O flagrante ocorreu na segunda-feira (22) e, nesta terça (23), a reportagem do Diário conversou com os representantes das forças de segurança do município para detalhar mais uma grande ação de enfrentamento ao tráfico de drogas em Teresópolis.
“Começamos esse trabalho através de informações passadas ao Disque Denúncia, que foram sendo apuradas, verificadas. Antes de partir para a ação, a gente já fez levantamento todo antes, em um trabalho do nosso setor reservado muito estreito com a 110ª DP. No momento da prisão, a Polícia Civil também esteve presente e juntos conseguimos fazer essa grande apreensão, teoricamente em bairro classe alta, mas com a maior parte da casa preparada para produção, extração da planta em suas várias formas”, explica o Tenente Coronel Ferreira, Comandante do 30º BPM.

Além de reforçar que se tratava de situação de traficância, o Delegado Marcio Dubugras enfatizou que o volume de maconha apreendido em Iúcas mostra duas situações: que há um grande número de moradores de Teresópolis presos ao vício e que os traficantes, para atender essa demanda, tem tentado driblar as forças de segurança. “Dá para perceber que era uma grande produção, existia uma estrutura realmente preparada para produzir uma quantidade imensa. Dá para perceber também que, pela quantidade, que existe uma demanda, um grande número de usuários. Porque se tem o traficante, tem o usuário. Se tinha tanta produção, a quantidade de usuários é muito grande. Foi uma grande ação no sentido de tirar essa grande quantidade de drogas de circulação. Temos feito um trabalho diário prendendo traficante, apreendendo entorpecente, até drogas enviadas pelos Correios estamos aprendendo, então as pessoas estão buscando diversificar a forma de produzir. Não consegue trazer para cá porque estamos fazendo operações nas estradas e nas comunidades, então tentam outros caminhos”, pontuou.

Maconha será queimada
Assim como ocorre em outras apreensões de material entorpecente, os 90 pés de Cannabis sativa ficaram apreendidos na 110ª Delegacia de Polícia e, em breve, serão incinerados pelos agentes da PCERJ no município. “A gente já está no processo de obter decisão judicial para incinerar esse material. Foi feito laudo prévio para instruir a prisão em flagrante, como no caso desse casal, e saindo o laudo definitivo se pede ao judiciário que faça a inutilização da droga. Saindo a autorização, vamos fazer a incineração em local seguro e não divulgado”, explicou Dubugras.

Faça sua parte, denuncie
A operação que terminou com a apreensão de quase uma centena de pés de maconha e tirou de circulação mais dois acusados de envolvimento com o tráfico de drogas teve participação fundamental da população, que através do Disque Denúncia contribuiu com o trabalho conjunto da PM e PCERJ. “Nosso efetivo é finito, é limitado. A nossa estrutura também, então é muito importante que a sociedade participe denunciando, nos fornecendo informações para que possamos trabalhar cada vez e cada vez mais de forma assertiva”, destaca o Tenente Coronel Ferreira. Os telefones para denúncias anônimas são 190 e 2742-7755. O segundo também funciona como WhatsApp, com sistema que protege todos os dados do informante.

Crime que gera outros crimes
O crime de tráfico de drogas tem sido o principal responsável por prisões e assassinatos em Teresópolis. Quase que a totalidade das mortes registradas no município nos últimos tem relação com a disputa por pontos de vendas de entorpecente ou dívidas relacionadas ao comércio ilícito, sem esquecer que em situações de trocas de tiro entre os bandidos inocentes podem ser baleados. Facções criminosas do Rio de Janeiro vêm tentando se instalar na Região Serrana há bastante tempo, sem sucesso. Os criminosos têm encaminhado seus “soldados” para dois destinos somente: cadeia ou cemitério. Mas, por mais que a bandidagem não consiga ampliar seus domínios, como ocorre no Rio de Janeiro, é fundamental que a população continue contribuindo com as forças e segurança e denunciando qualquer situação suspeita, por menor que pareça.