Marcello Medeiros
Com apoio do rolo-compressor da secretaria municipal de Serviços Públicos, agentes da 110ª Delegacia de Polícia inutilizaram dezenas de “maquineta de caça-níqueis” que estavam acauteladas na sede da PCERJ em Teresópolis há alguns meses, após terem sido recolhidas de bares e outros estabelecimentos comerciais em operações das forças de segurança. A ação de inutilização dos equipamentos ocorreu na manhã desta quarta-feira (27), no pátio da secretaria municipal, no Vale do Paraíso.
Todos os instrumentos apreendidos pela Polícia Militar e Policia Civil foram devidamente periciados pelo Posto Regional de Polícia Técnico-Científica de Teresópolis (PRPTC) e liberados para destruição pelo poder judiciário. Foram eliminadas cerca de 30 máquinas caça-níqueis, juntamente com seus noteiros, além de máquinas de cartão de crédito usadas para imprimir a filipeta do “jogo do bicho”.
Em entrevista recente sobre o tema, o Delegado Titular da 110ª Delegacia de Polícia esclareceu ao Diário que é fundamental dar um rumo para todo esse material que fica ocupando espaço na unidade da Polícia Civil no município. “Esse é um trabalho muito efetivo que a gente faz, junto com a Polícia Militar em operações conjuntas, o resultado hoje é fruto de ações exitosas das Polícias Militar e Civil no sentido de apreender essas máquinas que configuram jogo de azar. Então nós apreendemos as máquinas, elas são periciadas e depois nós pedimos autorização judicial, o juiz autoriza a inutilização, a gente vai e faz à destruição desse material, justamente para que ele não retorne para o uso”, ressalta o Dr. Márcio Dubugras.
Até político já foi preso
A exploração de jogos de azar está tipificada como contravenção penal há aproximadamente 80 anos, podendo render ao contraventor detenção e/ou aplicação de multa. Nos últimos anos, as forças de segurança realizaram dezenas de operações contra esse tipo de delito. Em uma delas, em São Pedro, na grande Rua Fileuterpe, o dono de um bar mantinha uma espécie de “salão de jogos” na parte dos fundos – justamente para tentar evitar a identificação da utilização das máquinas de caça-níquel. Em 2008, autoridades policiais da cidade precisaram responder na Justiça por formação de quadrilha de contraventores que exploravam jogos de azar. Treze pessoas foram acusadas de envolvimento no grupo criminoso, entre elas um policial civil e um policial militar, todos lotados em Teresópolis. Segundo o Ministério Público Federal, na ocasião os envolvidos responderam também por crimes como corrupção, contrabando e ganhos ilícitos com fraudes. A estimativa do MPF era que a quadrilha movimentava na época cerca de R$ 300 mil por semana. No enfrentamento do judiciário ao jogo de bicho e as “maquinetas de caça-níquel”, até um conhecido político local passou um período preso – tendo sido localizado em um apartamento no bairro de Agriões.