Wanderley Peres
Continuou nesta quinta-feira, 29, a série de entrevistas com os candidatos a prefeito de Teresópolis, ouvindo o programa Hélio Carracena, da Diário Tevê, o candidato Alex Castellar, PL, da coligação formada pela federação PSDB-Cidadania, e os partidos Novo, PSD, Solidariedade, Republicanos e PL. Já foram entrevistados, o Leonardo Vasconcellos, do União; o Tricano, do PP; o Júlio Rocha, do Agir; e o Beique San, da coligação PSol-Rede, PT-PV, entrevistado nesta quinta-feira, 29.
Acompanhado do pessoal da campanha, inclusive a vice, Mônica Medrado, o candidato Beique Gabriel dos Santos Nascimento, de 48 anos, se definiu como um sonhador, e contou seus planos de governo ao apresentador Hélio Carracena em descontraído bate papo, como foram também as demais entrevistas, onde os entrevistados se sentiram à vontade para dizer o que pensavam, sem constrangimentos, saias justas ou outras intenções que não fossem a de dar a oportunidade ao candidato de se mostrar ao telespectador, conquistando a sua intenção de voto.
Morador da comunidade de Santa Cecília, ou simplesmente Lama Fria, o candidato Beique San, do PSol, representa a única candidatura de Esquerda nesta eleição, e destacam-se entre as suas propostas, diante da crescente demanda pelo social no município, aquelas que buscam aproximar as camadas sociais, cada vez mais distantes e ignoradas pelas classes políticas.
AGRICULTURA NAS ESCOLAS
“As escolas do interior já deveriam ter a questão da Agricultura implantada em sua grade, com o fomento da horta, para a criança cultivar, além do ensino, o pertencimento à sua origem, que é motivo de orgulho. E a falta de atenção a isso mostra bem como os governos não enxergam o interior com os olhos que deveriam ter para o agricultor. Temos apenas dois pontos de transbordos de mercadorias, e que ficam distantes dos agricultores. É preciso também a Prefeitura ajudar na redução da interferência do atravessador no negócio da agricultura. Não faz sentido o pé de alface ser vendido a R$ 17 centavos pelo produtor rural para ela chegar ao consumidor por cerca de 1 real”.
VENDA DA ÁGUA
“A venda da água de Teresópolis foi um negócio muito nebuloso, e muito prejudicial à cidade. Faltou ação mais assertiva de alguns vereadores, que todos disseram ser contra a transação nefasta, mas não se interessaram, efetivamente, em fiscalizar o processo, que era o seu papel.
Inúmeros outros processos, não só o da água, precisam ser revistos, e faremos isso, porque tem muita coisa errada. A água brota de cada canto, e é um absurdo a Prefeitura passar esse bem para uma empresa. Por que não uma autarquia?”
“Na venda da água, quando se viu acuado pela Câmara, o prefeito agiu como um irmãozinho pequeno na briga de saída da escola. Vendo que estava perdendo para os vereadores, se protegeu no irmão maior, nesse caso o judiciário, que erradamente, é o que penso, deixou o prefeito empurrar garganta abaixo da população um negócio que não nos interessava e que foi sabidamente errado, tanto que está denunciado nos tribunais. Não podemos deixar de dizer, também, que isso ocorreu muito por culpa da população, que se calou na hora que tinha que levantou a voz”.
CRESCIMENTO DESORDENADO
“O desenvolvimento do Alto é bem-vindo, mas eu me preocupo com esse crescimento desenfreado, que parece não ter sido planejado. O trânsito no bairro já está complicado, imagina como vai ficar quando as tantas torres de apartamentos ficarem prontas? Essas liberações de prédios estão obedecendo o plano diretor? Por que se não houver planejamento, o crescimento em vez de valorizar a cidade vai fazer o povo perder ainda mais a qualidade de vida”.
CASSAÇÃO DO PREFEITO
“A incapacidade do atual governo levou o caos à administração, nos levando ao buraco em que encontramos, com escolas fechadas, hospitais sem atendimento, a saúde e a educação desorganizadas. E os vereadores sabiam desde o início dessa incapacidade do prefeito, e sabem das muitas irregularidades cometidas, porque são fiscais do governo e se não sabem deveriam saber bem de tudo que se passa na administração, porque existem basicamente para isso. Por que não cassaram o prefeito, se os vereadores sabiam das coisas erradas? A Câmara se omitiu na sua obrigação de retirar o prefeito do cargo, e esse caos que vivemos hoje foi sendo produzido, aos poucos, e poderia ter sido estacado assim que começou, se impedindo o que acabou ocorrendo”.
CULTURA NAS ESCOLAS
“Precisamos reestruturar as nossas escolas, porque os bandidos estão tomando conta geral. E a Cultura é um bom caminho para transformar a cidade, especialmente quando está aliada à educação. O tráfico está oferecendo vantagens aos jovens que o poder público não oferece, então é preciso mais ações positivas junto aos mais necessitados, e já nas escolas, para as crianças serem amparadas e direcionadas para o rumo certo. O que vemos hoje é a utilização da miséria das pessoas, para o governo formar currais eleitorais, veja o caso do POT, que é um exemplo disso. O projeto que poderia estar mudando a vida das pessoas como programa de inserção social está servindo como curral eleitoral para os políticos de sustentação do governo ruim”.
MOBILIDADE URBANA
“Precisamos fazer alterações no trânsito para melhorar o fluxo dos veículos. E não precisa dessas licitações caras, ou a contratação de planos mirabolantes, porque temos gente com capacidade para avaliar o que é preciso ser feito. E o que precisa ser feito é algo que seja bom para a cidade e não para algumas pessoas, porque esse é problema do trânsito, onde são feitas mudanças para ajudar alguns ou prejudicar outros”.
ENCURTAR DISTÂNCIAS
“É preciso encurtar as distâncias, e tem distâncias dentro de um município de território grande como o nosso que não podem ser diminuídas com a pavimentação das avenidas ou rodovias apenas. É preciso que os serviços públicos essenciais sejam oferecidos próximo das pontas, como são os hospitais, e precisamos de um hospital público, seja municipal, estadual e federal, não importa, mas também de melhoria da saúde no interior e nos bairros, porque o atendimento tem que estar mais próximo da população”.
MÔNICA MEDRADO
“Nunca sonhei em ser prefeito, nem sonhei em ser político. Mas quem não gosta de política, acaba sendo comandado por quem gosta, por isso estou concorrendo à Prefeitura. A vice da nossa chapa é uma mulher fantástica, Mônica Medrado, que foi uma valiosa contribuição do PT ao PSol, nessa nossa coligação que busca o interesse da população, e estamos juntaço que nem aço, prefeito e vice, e a população, porque a minha candidatura é para dar voz às comunidades”.
PENSAR GRANDE
“Diante de tudo que vimos, nos governos de Direita em Teresópolis, percebemos que é necessário um governo mais à esquerda, mirando outro norte. PT, PSol, PV e Rede, os nossos partidos primam pelas propostas pelo povo mais necessitado. Mas, indiferente da sopa de letrinhas, temos em Teresópolis os políticos de visão distante, que observam a Teresópolis grande como ela pode ser, e os políticos pequenos, de visão com curta distância, e indiferente das legendas partidárias em que estão esses podem levar todos nós ao sofrimento, como vem ocorrendo nos últimos governos”.
OS VEREADORES DA ESQUERDA
As duas federações dos partidos de Esquerda em Teresópolis terão como candidatos a vereador Cristiane Miranda, Agente Alexandre, Antônio Artesão, Fernando Salles, Antônio Coletiva Cannabis, Enfermeira Cissa, Alexandra do Holiday, Victor do Ponto de Luz, Maria Bertoche, Cláudia Silva, Luiz Fernando, Rodrigo Digão, Walace da Cadeira de Rodas e Matiel dos Vidros, do PSol-Rede; e Alcir Menezes, Carol Quintana, Clara Valverde, Cris Reis, Elson Sabiá, Euclides, Francisco Linder, José Barbosa, Rebecca Alves, Rodrigo Herculano, Paulo Teixeira, Willian de Oliveira; e Paulo Sérgio, do PT e Diego Sol, Josimar do aplicativo, Ozair Furtado e Vivian Firme, do PV, a Federação PT-PV.