Marcello Medeiros
Com 15 anos de história recém completados, o Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis é exemplo de resiliência e conservação ambiental, além de buscar o envolvimento com as comunidades onde está inserido para permitir que possam andar juntas a preservação do meio ambiente e as atividades de lazer, além da importante sensação de pertencimento a esses ambientes. São dois núcleos principais de visitação, sendo o localizado no Segundo Distrito de Teresópolis o que oferece mais possibilidades para públicos de todo o tipo e idade. E, para marcar o décimo quinto aniversário do PNMMT, acaba de ser concluída mais uma ampliação e inaugurados novos atrativos.
A sede Santa Rita ganhou uma nova portaria, ao lado do antigo campo de futebol, que permite melhor acesso ao lago e trilhas, além de um centro de visitantes e exposição de fotografias e informações sobre fauna e flora, e brinquedos para acabam sendo utilizados não só pelos visitantes, mas pelos pequenos moradores dessa região de Teresópolis.
Da nova portaria, rapidamente se acessa as curtas e convidativas trilhas da parte baixa do parque, a do Jacu e a do Tangará, um circuito ideal para quem busca contato com a natureza, mas ainda não tem um bom preparo físico para encarar a mais longa desse núcleo do PNMMT, a que leva até o cume da Pedra Alpina – a 1.280 metros de altitude.
A simpática passagem a partir da nova portaria, com uma ponte cruzando um pequeno curso d´água, também pode conduzir o visitante diretamente ao bonito espelho d´água criado com o objetivo de atrair a avifauna específica de áreas alagadas, mas que acabou também se tornando um excelente recanto para relaxar e passar boas horas do dia admirando o verde do seu entorno e tudo de bom que vem com ele. Para os apaixonados pelas aves, algumas das muitas espécies que costumam utilizar essa bonita área são o Japacanim (Donacobius atricapilla), a Choca-da-mata (Thamnophilus caerulescens), o João-botina-da-mata (Phacellodomus erythrophthalmus), a Marreca-ananaí (Amazonetta brasiliensis) e o Pitiguari (Cyclarhis gujanensis).
Centro de visitantes
No novo centro de visitantes, a primeira exposição é sobre o zoólogo suíço Emílio Augusto Goeldi e a avifauna da localidade. A região onde está a sede do PNMMT foi cenário para um grande naturalista, que por ali residiu no período do século 19. Ele é um dos responsáveis pelas primeiras informações mais detalhadas sobre a avifauna da Serra dos Órgãos, incluindo uma das primeiras grandes coleções de aves da região. Goeldi trabalhou por muitos anos no Museu Nacional e, após a saída, veio morar na Colônia Alpina. Durante sua permanência na região, o naturalista pode escrever suas principais obras, como Os Mammíferos do Brasil (1893) e As Aves do Brasil primeira parte (1894a) e segunda parte (1900), tornando-se pioneiro da divulgação da fauna brasileira em língua portuguesa. A importante publicação As Aves do Brasil, o naturalista incluiu 167 registros de espécies de aves observadas e/ou coletadas por ela na região de Teresópolis. Os registros das aves na região de Colônia Alpina ocorreram entre os meses de agosto de 1891 e agosto de 1894.
Como chegar
Um borboletário é outro projeto em andamento no núcleo do interior da unidade de conservação ambiental, criada em 06 de julho de 2009 e que tem como símbolo a Pedra da Tartaruga. Para chegar até o local, existem dois acessos. O principal, e mais fácil, é via BR-116. A referência é a localidade de Holliday, pouco depois do Fischer e antes do posto da PRF em Três Córregos. Saindo da rodovia federal, há placas indicando o caminho até Santa Rita, atualmente totalmente asfaltado.