Marcello Medeiros
Parece notícia repetida, mas infelizmente não é. Nos últimos dias, mais três moradores de Teresópolis foram atacados por estelionatários que utilizam o aplicativo de conversas WhatsApp se passando pelo familiar da vítima, geralmente o filho, e no final da conversa solicitam ajuda em dinheiro. Dessa vez, procuraram a 110ª Delegacia de Polícia para registrar ocorrência moradores da Rua Pache de Farias, em São Pedro; Olegário Bernardes, na Várzea; e Avenida Oliveira Botelho, no Alto.
Quem teve maior prejuízo foi uma idosa residente no bairro mais populoso do município. A moradora de São Pedro relatou ter recebido uma mensagem de uma pessoa se passando pelo seu filho e informando que havia trocado o número. Horas mais tarde, novo contato e um pedido de ajuda em dinheiro. Acreditando estar conversando com seu parente, em apuros, ela fez a transferência de R$ 3.085,00. Somente horas mais tarde, descobriu que havia sido vítima de um golpe. No registro policial, a aposentada informou ainda que o valor era toda sua economia e que não tem como adquirir remédios essenciais para a manutenção da saúde.
Outra idosa, residente na Várzea, teve prejuízo menor. O “filho fake” levou da sua conta a quantia de R$ 892. Nesse caso, ela pagou um boleto enviado pelo estelionatário. À noite, quando encontrou presencialmente com o filho, constatou que havia sido vítima de um bando criminoso. Na terceira ocorrência, a moradora do Alto só não perdeu dinheiro porque, antes de realizar a transferência, ligou para o filho e descobriu que se tratava de um golpe. Mesmo sem prejuízo financeiro, o familiar optou em registrar o caso na delegacia, informando o número telefônico utilizado pelo criminoso.
Ligue, faça vídeo
Nesse, e em qualquer caso onde o estelionatário se passe por alguém que você conheça, a dica é fazer uma ligação telefônica ou chamada de vídeo para confirmar que realmente se trata do filho, filha ou qualquer familiar supostamente em apuros. Na via das dúvidas, peça ajuda de algum representante das forças de segurança, principalmente as Polícias Militar e Civil, antes de realizar qualquer transferência ou pagar boletos enviados para o seu telefone. Outra dica é ficar atento ao jeito do familiar escrever, chamar por nomes carinhosos ou apelidos, por exemplo. O pilantra do outro lado da linha não saberá e chamará apenas de “mãe” ou “pai”.
Anúncios falsos
Outro tipo de golpe que feito vítimas em Teresópolis é o do falso anúncio. O estelionatário faz uma espécie de intermediação, se passando pelo comprador e vendedor, e falando com as partes interessadas de acordo com o que elas precisam ouvir. Depois de ver o produto – um carro, moto, freezer, bicicleta – a pessoa é orientada a fazer um depósito u transferência para uma conta, que é do golpista e não da pessoa que realmente está vendendo e mostrando o objeto de interesse da vítima. Na hora de levar, dizendo “já ter feito o pagamento”, o comprador descobre que o verdadeiro dono sequer sabia da outra pessoa, que alega, entre outros, que um primo ou conhecido vai mostrar o que está sendo vendido.
É muito golpe
Com o avançar da tecnologia, hoje os golpistas não precisam mais ficar em portas de lotéricas ou bancos tentando lucrar algum dinheiro. Um computador ou celular permite que ele acesse informações e pessoas do mundo inteiro em tempo recorde e ainda mais escondido dos olhos das autoridades. Somente entre janeiro e julho deste ano, foram 757 comunicações na 110ª Delegacia de Polícia. Em 2023, foram 1496 registros de estelionato em Teresópolis.