Marcello Medeiros
Teve início na madrugada e desdobramento na manhã desta quinta-feira (26), a operação intitulada “Response”. Envolvendo todas as forças de segurança do município, a ação teve o objetivo de desarticular um bando criminoso que vem agindo, principalmente, em localidades do Terceiro Distrito de Teresópolis. Foram cumpridos três mandados de prisão, 19 de busca e apreensão e realizadas três prisões. A principal delas, a de Bruno Sequeira, de 36 anos, conhecido como “Bruno Morrão”. Ele seria um dos líderes da facção criminosa Terceiro Comando Puro em Teresópolis e estava residindo na comunidade de Vila Aliança, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Além de tráfico de drogas, Bruno é suspeito de ser o mandante de vários homicídios na zona rural do município, vitimando desafetos, pessoas em débito com a organização ou supostos informantes da polícia.
“Foi uma operação realizada no sentido de prender o chefe do tráfico de uma facção que comanda várias regiões em Teresópolis, havia três mandados prisão contra ele e comparsas. Identificamos que estava na Vila Aliança e montamos operação para prender esse criminoso em uma operação conjunta. Já em Teresópolis apreendemos armas, dinheiro, drogas, material para endolação, prendemos outros dois e conseguimos desarticular essa organização, prendendo o homem apontado como mandante de vários homicídios”, relata o Delegado Márcio Dubugras, titular da 110ª DP.
“Essa operação teve início por volta das 5h e contou com todas as forças de segurança de Teresópolis. Bruno Morrão, como é conhecido na região, é um marginal que procura implementar o terror, trabalha com guerra psicológica muito forte no interior e essa prisão dele e comparsas vai levar uma tranquilidade muito grande para essa região”, citou o Tenente Coronel Ribeiro, SubComandante do 30º BPM.
“Agimos com informações de ações penais em andamento, mandados em aberto, sobre intensa participação de Bruno Morrão na liderança do TCP na cidade, liderança que era realizada de forma bastante violenta, fazendo o tráfico e agindo de maneira bastante cruel em Vargem Grande e imediações. Recentemente também recebemos informações sobre uma grande quantidade de drogas enviada para Teresópolis também vinda do Rio de Janeiro a mando dele”, pontua o Promotor de Justiça Uriel Gonzales, da 4ª Promotoria de Justiça Criminal.
Duas ações
Participaram da operação as polícias Civil e Militar, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, e a Guarda Civil Municipal com a guarnição de cães farejadores. As equipes foram divididas em duas. Uma parte esteve em endereços que seriam ligados a Bruno e supostos comparsas nas regiões de Vargem Grande, Venda Nova, Imbiú e Bonsucesso, no Terceiro Distrito, onde dois homens foram presos e apreendidas armas de fogo, munições, material entorpecente, embalagens para drogas e até uma motocicleta. A outra equipe foi ao Rio de Janeiro, aproveitando que estava em curso uma grande operação policial na Vila Aliança para chegar ao endereço onde Bruno estava, a casa de um familiar. Ele não reagiu à prisão, sendo trazido para autuação na 110ª Delegacia de Polícia.
Investigação continua
Está sendo investigado se os dois homens presos em Vargem Grande têm envolvimento, além da venda de drogas, com os homicídios registrados na zona rural nos últimos meses. Além de supostamente ordenar, Bruno Morrão também seria partícipe nesses assassinatos. Os representantes das forças de segurança do município acreditam que, com a sua prisão, pessoas que estavam sendo intimidadas pelo bando passem a colaborar com as investigações.
“A investigação ainda está em curso diante da liderança que ele exerce e com operação de hoje vamos ter uma visão muito mais precisa a cerca da figura do Bruno Morrão na liderança dessa facção criminosa”, explicou o Promotor Uriel Gonzales. “O tráfico não atua vendendo somente droga, pratica homicídios, roubos e outros crimes. Com a prisão dele e seus comparsas, as pessoas terão mais confiança de passar informações e ajudar a fechar outras investigações em aberto”, reforçou Dubugras.
Para o SubComandante do 30º BPM, a fuga para o Rio de Janeiro ocorreu justamente pela união das forças de segurança do município. “Ele, quando vai para o Rio de Janeiro, uma das razões é que Teresópolis não daria tranquilidade para ele, então se homiziou em uma comunidade com poderio bélico muito grande, exigindo uma ação muito forte chegar para a qualquer líder da facção”, destacou.