Lara Benevenuti *

Áudios falsos sobre possível morte de uma criança no bairro do Rosário, causada por envenenamento com sorvete, circulam pelo WhatsApp neste mês de outubro, assustando a população de Teresópolis. Segundo os áudios, uma mulher estaria dando sorvete, picolé e açaí para as crianças na rua com intuito de envenená-las. Em deles, um homem não identificado alerta para as pessoas não deixarem as crianças aceitarem agrados de estranhos: “Não deixa as crianças pegarem picolé ou sorvete na rua com ninguém, não. Acabaram de matar o filho da amiga da minha mulher aqui. Minha mulher me mandou e eu tô mandando no grupo aqui. Quem puder repassar”. Em outro áudio, uma mulher, também sem identificação, alega que o filho de sua prima teria acabado de morrer após comer o sorvete e que a mensagem deveria ser compartilhada. “Tem sete crianças lá perto da casa da minha prima entre a vida e a morte. Tu repassa aí nos grupos, por favor, que você tiver aí”. Em Teresópolis, circula também um terceiro áudio, de uma mulher sem identificação, que gerou mais preocupação na população, pois cita um dos bairros da cidade: “Acabou de falecer um garotinho lá do Rosário. Não deu tempo da mãe salvar ele. Morreu envenenado”.
Esses áudios têm sido compartilhados frequentemente nos últimos dias como uma espécie de alerta de risco e, em algumas situações, também é feita referência a uma localidade de Teresópolis. Porém, essas informações não têm nada a ver com o nosso município. Desde o início do mês de outubro, os mesmos áudios foram relacionados a diversas outras cidades. Além de nosso município, a falsa notícia também está circulando em cidades como Porto Real, Quatis, Resende, Itatiaia, na Região das Agulhas Negras, e Niterói na região metropolitana do Rio de Janeiro, e na vizinha Petrópolis, onde a prefeitura e os órgãos públicos já alertaram sobre a Fake News.
Nesta sexta-feira (18), a Prefeitura Municipal de Teresópolis confirmou ao Diário que as informações dos áudios são mentira: “A Secretaria de Saúde informa que não há registro, nas unidades municipais de saúde, de atendimento de crianças com sintomas de intoxicação após o consumo de sorvete, picolé ou açaí envenenados, e orienta a população a não compartilhar informações falsas que circulam pelas redes sociais”.
Esses áudios começaram a circular em várias cidades depois que duas crianças morreram com suspeita de envenenamento após comerem bombom com chumbinho no Rio de Janeiro, em 30 de setembro. A polícia ainda tenta identificar a mulher que deu o doce aos garotos, de 6 e 7 anos.

• Estagiária