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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Sala Lilás, um espaço de acolhimento para as mulheres vítimas de violência em Teresópolis

Dispondo de um atendimento humanizado, ambiente tem como objetivo reforçar a rede de proteção às mulheres

Maria Eduarda Maia

Localizada no prédio do Posto de Polícia Técnica Científica de Teresópolis, no bairro do Alto, a Sala Lilás comemora neste mês um ano de atendimento no espaço. Com um acompanhamento humanizado para mulheres vítimas de violência no município, o ambiente tem como objetivo reforçar a rede de proteção às mulheres, crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica, física e sexual. Nesta semana, o programa Hélio Carracena, da Diário TV, teve como convidadas algumas das integrantes do projeto para conversar sobre a Sala Lilás e seu funcionamento.

Anteriormente, o Instituto Médico Legal de Teresópolis, o IML, atendia as vítimas que procuravam a delegacia, realizando o inquérito, o registro de ocorrência e a solicitação de um exame de corpo de delito, sendo este atendimento desempenhado pelo médico legista de plantão. Agora, com o serviço oferecido pela Sala Lilás, há um cômodo exclusivo dedicado para o acolhimento das mulheres, com enfermagem 24h, cedida pela Secretaria de Saúde, psicóloga, disponibilizada pela Secretaria da Mulher de Teresópolis, e médico legista durante todo o dia. “O atendimento é totalmente diferenciado, sendo completamente sem preconceito. Temos uma questão de abraçar essa mulher, sendo tudo sigiloso. As vítimas precisam mais de acolhimento do que críticas, tendo essa liberdade para falar”, ressalta Cláudia de Paola, uma das integrantes do projeto, dizendo também que o suporte é realizado apenas com mulheres.

A Sala Lilás oferece um atendimento humanizado para mulheres vítimas de violência no município. Foto: Divulgação.

Importância de se sentir acolhida
A violência praticada contra mulheres não se resume somente à agressão que resulta em lesões corporais, podendo esta ser psicológica, sexual, patrimonial e moral. Diante disso, é de extrema importância que a vítima se sinta acolhida e confortável para falar sobre a violência sofrida, visto que “muitas delas não têm consciência do que sofrem, sem perceber o nível de violência em que se encontram”, como pontuado pela psicóloga Ana Beatriz, parte fundamental do acolhimento, frisando que esse processo é necessário para que o ciclo de agressão seja rompido.

Rede integrada
Em conjunto com o serviço prestado pela Sala Lilás, parceiros como a Secretaria da Mulher de Teresópolis, que concede assistência psicológica e jurídica, e o programa “Bem Me Quer Terê”, centro de atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, formam um sistema de suporte para o melhor atendimento das mulheres que se encontram em situação vulnerável, sendo “outro objetivo da Sala Lilás: integrar essa rede de apoio para trabalharmos de forma integral”, afirma Renata Carneiro, perita legista. Para Cláudia de Paola, tal proposta é para que todo o serviço possua “uma norma técnica de atendimento, integrando toda a rede na qual todos realizam um trabalho de excelência, sendo uma integração mais forte para que todas as mulheres tenham mais coragem de chegar até nós”.

Além de ser um ambiente acolhedor, o espaço possui uma equipe multidisciplinar e é equipado para fazer exames periciais. Fotos: Divulgação

Crianças e adolescentes
Em colaboração com o Conselho Tutelar e o programa Bem Me Quer Terê, a Sala Lilás recebe um alto número de jovens em seu estabelecimento, sendo imprescindível a realização de um atendimento especializado, tendo o “cuidado” como palavra-chave. “A gente tem sempre o cuidado, fazendo também o acolhimento para família. Quando é uma criança menor, tentamos fazer de maneira mais lúdica”, destaca a psicóloga Ana Beatriz Belivaqua, reforçando que deve se ter o cuidado com perguntas feitas à vítima, que podem resultar na revitimização e na criação de falsas memórias. Como perita legista, Renata Carneiro alerta que, infelizmente, a maior parte das violências sexuais cometidas em crianças não deixam vestígios, sendo necessária a total atenção para esses casos.

Doações
Durante o programa, as integrantes da Sala Lilás reforçaram a importância de receber doações, uma vez que o projeto preza pelo cuidado e conforto das vítimas. Brinquedos em boas condições, podendo ser novos ou usados, para a brinquedoteca e roupas para as vítimas estão na lista de objetos que podem ser destinados à instituição. “As portas estão abertas não só para a realização do corpo de delito, mas também para tirar dúvida sobre algo. Vai ter sempre uma enfermeira aguardando para qualquer dúvida em relação ao atendimento e ao tema”, conclui Renata Carneiro.

Onde pedir
A Sala Lilás está localizada no prédio do Posto de Polícia Técnica Científica de Teresópolis, na Avenida Alberto Torres, 531, no bairro do Alto, onde ficava a antiga sede da Delegacia de Política. O espaço possui uma equipe multidisciplinar e é equipado para fazer exames periciais.

A Sala Lilás está localizada no prédio do PRPTC, no bairro do Alto, desde novembro de 2023. Foto: Arquivo O Diário
Edição 05/02/2025
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