Marcello Medeiros
“Asfalto tem, falta ação”. Lembrando a frase de campanha do por enquanto prefeito municipal, que na sua primeira eleição dizia que “dinheiro tem, falta gestão”, moradores da Estrada dos Pinheiros, no Parque do Imbuí, estão há seis anos aguardando o cumprimento da promessa da realização de um serviço de calçamento em um trecho de pouco mais de 100 metros. E o que impressiona é que, apesar de tão curto, nunca foi concretizado pelo atual gestor. Hoje, após anos de descaso e muita chuva forte, eles estão quase perdendo o direito constitucional de ir e vir.
Nesta quinta-feira (12), o Advogado Leandro Hermida esteve na redação do Diário para relatar o que tem passado os moradores do aprazível, mas esquecido recanto de Teresópolis. “A situação que a gente vive no Parque do Imbuí é triste, especialmente na Estrada dos Pinheiros. Mudei há seis anos para lá e só vejo piorar. E olha que é uma rua onde já morou um presidente, o Ernesto Geisel. Estamos há seis anos pedindo, conversando, inclusive eu já falei pessoalmente com o prefeito Vinicius Claussen para calçar esses 100 metros de rua, que inclusive no registro da prefeitura consta como calçada. Mas, nos bastidores, ouvi que não se tem interessem em consertar porque uma rua com poucos moradores não dá voto. Com isso, estamos quase perdendo o direito de ir em vir. Eu mesmo, só consigo sair com um dos carros, que é 4×4, que consegue passar pelas crateras que já tem uns 30 centímetros de profundidade”, pontua.
Valas estão cada vez maiores e o direito de ir e vir está se perdendo no Parque do Imbuí. Fotos: Leitor Repórter
Hermida também disse acreditar que se morassem ali mais eleitores, o interesse em manter a Estrada dos Pinheiros em dia seria outro. “Estamos no limite do extremo, vivendo infelizmente o que ocorre em outras partes do país, onde o administrador público só vê o seu interesse, não vê o interesse público, que é conseguir voto. Se tem uma rua com 100 metros e 10 votantes, eles preferem calçar uma estrada de 30 quilômetros que ofereça cinco mil votos para se conseguir uma reeleição, por exemplo”, destacou o Advogado.
Susto e ação judicial
As grandes valas, pedras soltas e muita lama deixam o pequeno trecho bastante perigoso, com ainda mais riscos no período chuvoso. Alguns meses, Leandro levou um grande susto quando chegava em casa, de motocicleta. “Era noite, eu voltava de viagem com uma moto pesada e quando parei no portão e fui colocar o pé, tinha um grande buraco. A moto caiu para o lado e minha noiva bateu a cabeça no chão, felizmente estava de capacete. Isso mostra que chegamos ao limite do suportável”, relata o morador do Parque do Imbuí.
Leandro teme que as chuvas fortes previstas para os próximos dias deixem o caminho ainda pior. Como não tem sido atendido pelo governo municipal, ele diz que pretende acionar o judiciário. “Vejo que ter que entrar com uma ação judicial, com um pedido de tutela antecipada, para tentar resolver isso. Chegamos ao cúmulo da dignidade e daqui a pouco não vamos mais conseguir sair ou chegar de casa”, enfatizou.
Questionada pelo Diário, a gestão Vinicius Claussen informou, através da Assessoria de Comunicação, que apurou com a secretaria municipal de Obras e Serviços Públicos “que a manutenção da referida rua consta na programação de rotina para ser atendida”.