Quando sentou na cadeira principal do Palácio Teresa Cristina pela primeira vez, Vinicius Claussen era visto por muitos como esperança de um futuro melhor para Teresópolis. Empresário, jovem, com fortes ligações com o turismo, tinha tudo para dar certo. Seis anos depois, deixa a prefeitura de forma melancólica e mostrando que pouco fez de diferente da “velha política”. E nem o turismo, seu carro chefe, recebeu os devidos investimentos. Um dos muitos exemplos é o principal acesso do município, a Avenida Rotariana, no Soberbo, tomada pelo mato e onde as placas turísticas e canteiros desaparecem em decorrência da inoperância da “gestão” nos últimos anos.
Nesta terça-feira (17), a reportagem do Diário e Diário TV percorreu a bonita pista de acesso à Teresópolis via BR-116, no trecho entre o Alto do Soberbo e a portaria do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Em um trecho de menos de um quilômetro, constatamos que há bastante tempo o serviço público municipal não é empregado para fazer sequer o básico: a capina das margens da via pública e a manutenção dos canteiros de flores, incluindo os que adornam o Pórtico do Centenário.
As poucas hortênsias que sobraram do projeto “Teresópolis, eu cuido do que é meu”, realizado cerca de uma década atrás, inclusive com a participação do então apenas empresário Vinicius Claussen, não devem resistir por muito tempo ao descaso da administração pública municipal. Além de sufocadas pela vegetação já arbustiva em alguns pontos, elas devem ser danificadas em uma possível poda, visto que hoje é difícil distinguir o que é hortênsia e o que é “apenas mato”.
“Pórtico do sem ter nada”
Nem o Pórtico do Centenário, que indica ao visitante que chega através da BR-116 que ele está entrando em Teresópolis, escapa da incompetência da prefeitura. Foi improvisada uma insuficiente decoração natalina, que não consegue esconder o ar de desleixo no canteiro, com as poucas flores ainda vivas espremidas por pragas e grama alta. Na pista sentido Rio de Janeiro, a vegetação da área de amortecimento do Parque Nacional da Serra dos Órgãos está quase tomando os mastros vermelhos onde estão bandeiras de vários países, decoração instalada no período olímpico e que desde então continua na Rotariana – apesar de nenhuma relação do município com o tema.
“Tchau, turista!”
“Centro Turístico / Mirante Vista Soberba / Circuito TERE-FRI / Mirante Mulher de Pedra”. Essas informações estão em uma placa instalada pelo governo estadual alguns atrás, mas a cada dia fica mais difícil de serem identificadas pelos visitantes, diante da altura do capim que cobre a margem da Rotariana já nas proximidades do Alto Soberbo.
Desrespeito ao Lions
Um pouco abaixo do Pórtico, no sentido Teresópolis, fica uma espécie de pracinha em homenagem ao Lions Clube e a “Cidade dos Festivais”, como foi conhecido o município na década de 60. Mas, para ler e compreender a importância dessa mensagem, o visitante também tem grande dificuldade. Esse é apenas mais um ponto onde a falta de capina reflete o desrespeito à coisa pública.
A culpa é de quem?
Até cerca de dois anos atrás, a responsabilidade de manutenção desse trecho era da CRT, concessionária que administrava a BR-116 e tinha a Rotariana na sua área de trabalho. A entrada de uma nova empresa, a EcoRioMinas, porém, excluiu essa responsabilidade. Nesta terça cobramos um posicionamento da gestão Vinicius Claussen, através da Assessoria de Comunicação. Apesar de evidente abandono há meses, o posicionamento foi o seguinte: “A Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos informa que tem várias ações emergenciais em andamento, por conta de quedas de galhos e de árvores ocasionadas pela ventania recente, mas que a manutenção da referida rua consta na programação de rotina para ser atendida”.