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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Acesso ao Borboletário de Teresópolis vira caso de polícia

Secretaria de Meio Ambiente diz que ONG não pode restringir visitação e que vai “retomar equipamento público”, instalado no Horto Municipal

Em vídeo divulgado através das redes sociais e encaminhado para a imprensa no início da noite desta quarta-feira (08), o secretário municipal de Meio Ambiente, Coronel Leonardo Maia, se posicionou sobre a situação de acesso ao “Borboletário de Teresópolis”, construído com recursos do Fundo Municipal de Meio Ambiente e instalado no Horto Municipal, no bairro Carlos Guinle. Segundo ele, o espaço, administrado por uma ONG, estaria frequentemente fechado e, além disso, sendo cobrado ingresso para a visitação ao equipamento. Após reuniões, sendo uma delas na secretaria municipal de Meio Ambiente, a história foi parar na 110ª Delegacia de Polícia. Maia relata ter recebido denúncias de visitantes que encontraram as portas do local trancadas nas últimas semanas.

Segundo o Coronel Leonardo Maia, o espaço, administrado por uma ONG, estaria frequentemente fechado e, além disso, sendo cobrado ingresso para a visitação ao equipamento. Foto: Reprodução

“Diante disso, ontem enviei uma equipe da fiscalização ao local para verificar o que estava acontecendo e nos deparamos com cadeados fechados, sem nenhum tipo de acesso. Procurando entender, verificamos que trata se um equipamento público, construído por uma ONG, cujo presidente é o senhor Ricardo Raposo, e que ele estaria de posse do equipamento. Convidei o senhor Ricardo para uma reunião na secretaria, ele esteve lá com meus subsecretários, com nossa equipe da secretaria, e informou que o borboletário estava de fato fechado e ele de posse o equipamento. Mas trata-se de um equipamento público, dentro de um horto da administração municipal, mas que ele não poderia abrir e nos facilitar o acesso. Hoje tivemos outra reunião, às 9h, e continuou não dando posse do equipamento à secretaria, ao município, então conduzimos as partes para a delegacia, apresentamos a ocorrência para a autoridade policial, que vai arbitrar essa questão que imputo ser muito grave. É um equipamento público, hoje várias pessoas visitando o horto, sem acesso, e para ter acesso tem que pagar, dito pelo próprio raposo e com testemunhas. É um absurdo, não compactuamos com isso… …vamos corrigir esse erro, vamos abrir esse borboletário e as pessoas vão ter acesso, como já deveriam estar tendo”, disse Maia no vídeo produzido pelo governo municipal.

O projeto do borboletário

A iniciativa inclui estufa de floricultura, pupário/berçário e um circuito acessível de convivência. Tendo como responsável a ONG Tereviva, o borboletário, batizado de “Asas Polinizadoras”, foi um dos sete projetos contemplados pelo Edital Público nº 01/2022, do Fundo Municipal de Proteção Ambiental de Teresópolis. “A criação do espaço como equipamento de educação ambiental abrange a reprodução de borboletas visando à polinização endêmica e pesquisas e o turismo de base comunitária. O segundo eixo é voltado à criação de abelhas para a produção de mel como atividade sustentável e inclui jardins educativos com árvores melíferas. No terceiro e último eixo estão a reintrodução de pássaros da fauna silvestre e projeto de avistamento de aves”, divulgou a PMT à época, citando ainda que seriam realizadas parcerias com instituições de ensino e o trade turístico para capacitação e formação de equipes técnicas.

A iniciativa contemplada pelo Fundo Ambiental inclui estufa de floricultura, pupário/berçário e um circuito acessível de convivência. Foto: AsComPMT

Quanto custou o projeto

Conforme publicado pelo jornal O DIÁRIO na edição de 8 de julho daquele ano, o edital de chamamento público nº 01/2022 permitiu a seleção de sete projetos de instituições do município com ações nas áreas de educação ambiental, coleta seletiva, proteção florestal e de monitoramento de espécies ameaçadas, com um investimento total de R$ 1,4 milhão de recursos públicos para financiar as propostas vencedoras. Portanto, para a criação de borboletas foi destinada a quantia de R$ 200 mil.

Construído com recursos da prefeitura, o espaço está instalado instalado no Horto Municipal, no bairro Carlos Guinle. Foto: Arquivo O Diário

O que diz a Tereviva

Em nota encaminhada ao jornal O Diário, a Tereviva disse que “tem serviços prestados há mais de 30 anos com seus projetos ambientais em Teresópolis e em toda a região com qualidade técnica e transparência na prestação de contas”. A ONG destaca ainda ter recebido quase duas mil crianças da de pública municipal, de forma totalmente gratuita, e que “o espaço sempre foi franqueado ao público mesmo sem nenhum apoio da prefeitura, que era previsto no convênio”. A Tereviva informa também que “contribuiu com robustas contrapartidas para a construção e o funcionamento do borboletário e que sempre abriu suas portas ao público”. No documento Ricardo Raposo alega ainda “que não é um bem publico, é da Tereviva”.

Tendo como responsável a ONG Tereviva, o borboletário, batizado de “Asas Polinizadoras”, foi um dos sete projetos contemplados pelo Edital Público nº 01/2022, do Fundo Municipal de Proteção Ambiental de Teresópolis. Foto: AsComPMT

Sobre o fechamento nos últimos dias, Raposo alega que o espaço, assim como o Horto, teve problemas em consequência das chuvas fortes, e que “sempre que não tem um responsável ou os voluntários que trabalham lá é óbvio que as portas têm que se manter fechadas porque as crianças ou qualquer pessoa pode abrir a porta e nós temos responsabilidade com os animais e os pertences que estão lá dentro”.

Finalizando o documento, o presidente da Tereviva diz estar à disposição do governo municipal, que mantém convênio ativo autorizado pelo COMDEMA – Conselho Municipal de Ambiente e que a requisição deve ser feita através de um procedimento administrativo e que “o equipamento está num terreno público, mas que pertence a Tereviva de forma civilizada e dentro da legalidade”.

Confira o posicionamento do secretário municipal de Meio Ambiente, Coronel Leonardo Maia, sobre a situação do acesso ao “Borboletário de Teresópolis”:

Edição 09/01/2025
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