Marcello Medeiros
Dados do “Linha Verde”, um dos braços do programa “Disque Denúncia”, indicam que houve um aumento de 46% no número de denúncias de crimes ambientais em Teresópolis em 2024, em comparação ao ano anterior. Entre janeiro e dezembro, foram feitas 286 comunicações de delitos ambientais no município, enquanto que em 2023 foram 195 registros feitos através dos canais de denúncia. Também segundo o balanço, divulgado no início da semana, desmatamento e extração de árvores lideram a estatística de crimes ambientais, com 139 comunicações no ano de 2024. Em seguida estão maus tratos a animais (59 casos), guarda ou comércio de animais silvestres (27), construção irregular (31) e poluição do ar (21).
O mês em que mais teresopolitanos pediram ajuda para a averiguação desse tipo de crime foi agosto, com 40 notificações. O balanço indica ainda os bairros onde mais casos de crimes ambientais foram registrados em Teresópolis. E, assim, como ocorreu em 2023, no ano passado Albuquerque continuou sendo o com mais agressões à fauna e flora, com 35 denúncias – mais do que o dobro do período anterior. Em seguida estão Meudon (26), São Pedro (18), Várzea (15), Bonsucesso (14) e Pessegueiros (14).
Entre os casos recebidos e verificados pela 5ª UPAm (Unidade de Polícia Ambiental) na região de Albuquerque em 2024, uma situação de extração de árvores. “Os agentes do Comando de Polícia Ambiental flagraram a abertura clandestina de uma estrada, supressão de vegetação nativa e o nivelamento de greide para uma construção futura, degradando cerca de 500 metros quadrados de área. De acordo com policiais lotados na Unidade de Policiamento Ambiental do Parque Estadual dos Três Picos, responsáveis pela averiguação da denúncia, ao chegarem na Estrada Angola, bairro Albuquerque, identificaram a abertura de uma estrada, com indícios de supressão de vegetação nativa em estágio inicial e médio de regeneração do bioma mata atlântica, além da retirada do sub-bosque (vegetação arbustiva) em meio a vegetação adulta”, informou o Disque Denúncia em março do ano passado.
Ainda segundo os agentes da 5ª UPAm, os resíduos gerados na abertura da estrada eram despejados às margens de um curso de água, sendo caracterizado como área de preservação permanente de acordo com o artigo 4º da lei 12651/12, além da identificação do corte e nivelamento de greide para a construção de uma oficina, dentro dos limites da área protegida. Diante dos fatos, os policiais procederam à 110ª Delegacia de Polícia, onde após perícia, a ocorrência foi registrada.
Faça sua parte, denuncie
Para denunciar crimes ambientais ao Linha Verde, a população pode ligar para o telefone (21) 2253-1177 e para o 0300 253 1177, ambos com WhatsApp anonimizado – técnica de processamento de dados que remove ou modifica informações que possam identificar uma pessoa, ou então pelo App “Disque Denúncia RJ”. É possível denunciar ainda pelo site do Disque Denúncia (www.disquedenuncia.org.br) ou ainda pela FanPage do Linha Verde no facebook (www.facebook.com/linhaverdedd).
Número deve aumentar em 2025
O ano mal começou e já foram registrados flagrantes em Teresópolis. Um deles, na semana passada, com a identificação de derrubada irregular de árvores entre a Rua Jaguaribe, na Fazendinha, e a área da antiga fábrica Sudamtex. Agentes da 5ª UPAm e da secretaria municipal de Meio Ambiente participaram da ação, informando que havia no local um homem fazendo derrubada de árvores. Ele chegou a apresentar uma autorização para tal, mas havia retirado um número muito maior do que o permitido no documento. Uma motosserra foi apreendida e o caso foi parar na 110ª DP.
Nesta quinta-feira (16), o governo municipal anunciou reforço na fiscalização ambiental. A Secretaria de Meio Ambiente (SMMA) promoveu uma reunião com as equipes do Comando de Policiamento Ambiental do Estado e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodervsidade), na sede 30º Batalhão de Polícia Militar, com o objetivo foi alinhar o planejamento integrado de ações nas áreas de fiscalização e combate a crimes ambientais, tais como descarte irregular de lixo, corte ilegal de vegetação e tráfico de drogas em Unidades de Conservação.