Dados divulgados pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), no último fim de semana, indicam que Teresópolis ocupa a quarta posição no ranking de desastres naturais registrados no Brasil e a segunda no estado do Rio de Janeiro, de acordo com casos relacionados ao ano passado. Segundo o Cemaden, em 2024 foram registradas 24 ocorrências em Teresópolis, contabilizando deslizamentos de terra e incidências de risco hidrológico, com enxurradas e transbordamento de rios e córregos. O primeiro município do ranking feito pela unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) é Petrópolis, que no ano passado contabilizou 44 ocorrências. Em seguida estão Salvador (BA), com 33 anotações, e São Paulo (SP), com 27.
O Cemaden monitora 1.133 municípios brasileiros, o que corresponde a 20% das cidades do país e cerca de 60% da população. Um dos momentos mais críticos registrados em Teresópolis em 2024 ocorreu no final do mês de março, quando grande precipitação causou transbordamento de rios como o Paquequer e Meudon em vários pontos. Na localidade da Coréia, um grande deslizamento de terra vitimou fatalmente um adolescente e uma criança, irmãos que tiveram a casa soterrada durante uma tempestade que teve início na noite de uma sexta-feira e se estendeu pela madrugada de sábado.
Muitos alertas
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais emitiu, em toda sua área de acompanhamento, 3.620 alertas de desastres em 2024. O número é o maior desde o início das atividades de monitoramento em 2011. A ocorrência de desastres, ou seja, de eventos registrados, foi de 1.690, terceiro maior registro da série. Cerca de 53% dos alertas emitidos em 2024 foram de risco geológico, relacionados sobretudo a processos geodinâmicos, como deslizamentos de terra. Os demais 47% foram associados a riscos hidrológicos, como enxurradas e transbordamentos de rios e córregos.
Em relação às ocorrências registradas, 68% foram de origem hidrológica, enquanto 32% foram de origem geológica. Segundo o Cemaden, a predominância de eventos hidrológicos reflete os impactos recorrentes das enchentes e enxurradas, notadamente em áreas urbanas mais vulneráveis.
“Nenhum dos desastres que impactaram as comunidades e chocaram a população brasileira deixaram de ser alertados com antecedência pelo Cemaden. Em outras palavras, o uso da ciência e da tecnologia, por essa unidade de pesquisa do MCTI, é o exemplo típico de como a ciência pode ser traduzida em resultados práticos e relevantes para subsidiar ações de respostas”, avalia o diretor do Departamento para o Clima e Sustentabilidade do MCTI, Osvaldo Moraes.
Defesa Civil de Teresópolis em alerta
Recém empossada como titular na secretaria municipal de Defesa Civil, a Tenente Coronel Bombeiro Mariana Domingos, que no ano passado esteve à frente do 16º GBM, tem realizado vistoria nos bairros, buscado a parceria de associações de moradores e trabalhado no treinamento dos servidores da pasta. “Para garantir mais eficiência e segurança, estamos avançando com importantes ações: Gestão e Estruturação – Criação do Conselho e Fundo de Defesa Civil e atualização das normas de ação. Organização Interna – Reavaliação dos protocolos para chuvas intensas e melhorias na infraestrutura da secretaria. Capacitação e Engajamento – Cursos para a equipe, retomada da Rede de Voluntários e implementação do ‘Café com a Defesa Civil’ para aproximar comunidade e equipe”, divulgou a SMDC em suas redes sociais no último fim de semana.