Marcello Medeiros
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, a maioria dos brasileiros precisou se adaptar para continuar vivendo, ou, melhor, sobrevivendo. Quase tudo parou e, cerca de três meses depois, a maior parte dos serviços começou a ser retomada, mesmo que com atendimento reduzido. Em alguns casos, porém, já são seis meses de paralisação e sequer um norte sobre o que pode ser feito antes da liberação da sonhada vacina contra a Covid-19. Um desses exemplos é o setor de eventos, totalmente paralisado desde meados de março e deixando centenas de pessoas sem saber o que fazer. Para ajudar a encontrar um caminho que seja bom para os profissionais e principalmente para a saúde pública, a categoria se reuniu, buscou apoio do governo municipal e construiu um protocolo de segurança para a realização de alguns tipos de evento, tomando como moldes outras atividades que já estão em funcionamento desde meados de junho. “Formamos um grupo de aproximadamente 40 profissionais para criar esse protocolo, mas representamos uma infinidade de pessoas que trabalham direta e indiretamente com nesse ramo. Primeiro falamos com o secretário de Trabalho Lucas Guimarães, que nos direcionou para o subsecretário de Eventos, Fernando Rocha, que prontamente nos ajudou a criar esse protocolo com base em outros já em curso. Depois que todos do grupo discutiram, deram suas ideias, ainda postei no Facebook para que outras pessoas pudessem se manifestar e dar sugestões”, explica o DJ Cesar de Castro.
Músicos, produtores, proprietários de casas de shows ou de festas, garçons, seguranças, cerimonialistas, técnicos de som e luz, recreadores, equipes de limpeza, fotógrafo, videomakers, floristas… Esses são apenas alguns dos exemplos de profissionais que estão completando um semestre sem poder levar o sustento para dentro de casa. Para tentar pelo menos amenizar essa situação, visto que o tal auxílio emergencial liberado pelo governo federal vai acabar em breve, e mesmo com ele em conta não é suficiente para cobrir as despesas de uma família, o grupo pretende a liberação de pelo menos alguns tipos de evento, seguindo todas as medidas de segurança já empregadas nos estabelecimentos liberados para funcionamento.
“Tal protocolo vai ser apreciado pelo poder público, encaminhado para o pessoal da Saúde para saber sobre a possibilidade de tirar do papel. Junto com esse protocolo existe a ideia da realização de uma espécie de evento teste para saber se na prática tudo vai funcionar e se precisamos fazer algumas adaptações. Se algo tiver que ser alterado, já saberemos antes dessa liberação. Nosso setor é o mais afetado pena pandemia, são seis meses sem trabalho, sem um protocolo como em outros setores”, atenta César, lembrando que foi realizada uma espécie de abaixo-assinado com quase 500 assinaturas em apoio aos profissionais do setor de eventos.
EVENTOS
– Chegada dos convidados
– Acomodação dos grupos sociais entre dois e oito pessoas
– Fotos nas mesas
– Serviço de buffet volante e self-service suspensos
– Entrega de bolos e doces nas mesas
– Entrega de lembranças para os convidados nas mesas ou saída
– Saída dos convidados
– Encerramento
ALGUMAS MEDIDAS
– Reabertura com capacidade baseada no espaço de cada casa
– Aferição de temperatura na entrada
– Toda equipe de trabalho deverá utilizar máscara (trocada a cada três horas)
– Todas as bases de trabalho terão álcool 70 e EPIs de acordo com a função
– Equipe de cozinha seguirá mesmos trâmites dos restaurantes
– Local reservado para músicos e DJs com assentos individuais e respeitando distanciamento
– Uso de ar condicionado suspenso, janelas abertas
– Proibição de permanência de pessoas com febre (com previsão em contrato e multa)
– Proibir aglomerações mesmo em áreas externas.
– Mesas somente com sistema de reserva
– No altar apenas noivos, pais e o celebrante (com possibilidade instalação barreira acrílica)