Luiz Bandeira
Uma ação conjunta entre a 110ª Delegacia de Polícia, o Ministério Público e policiais militares do 30º Batalhão resultou na interdição de uma central clandestina de internet localizada na Rua Zenóbio da Costa, no bairro Perpétuo. Durante a operação, uma mulher foi presa em flagrante. As investigações iniciais apontaram que os criminosos responsáveis pela central clandestina estavam destruindo equipamentos de internet de prestadoras regulares da região, sob ordens das lideranças do tráfico local, para oferecer ilegal e de forma criminosa tal serviço. Porém, segundo as investigações, a ideia do bando era ir muito além: “Após troca de informações de inteligência, foi possível verificar que os criminosos estariam monopolizando as vendas de botijões de gás e água nas comunidades que sofrem a influência da organização criminosa”, informa a PCERJ. Os locais que seriam afetados são aqueles onde tal bando tem agido, o chamado “complexo PPR”, que envolvo Perpétuo, Pimentel e Rosário. Com a apreensão dos equipamentos na última sexta-feira, estima-se que a organização criminosa tenha sofrido um prejuízo superior a R$ 100 mil.
Em entrevista à Diário TV, o Delegado Titular da 110ª DP, Márcio Dubugras, alertou sobre as consequências para empresas que atuem de maneira ilegal nessas comunidades. “Qualquer empresa que entre nessas ou em outras comunidades para oferecer serviços de internet ou qualquer outro tipo de serviço de forma ilegal, intimidando concorrentes, será investigada por associação ao tráfico de drogas”, afirmou. Ele também ressaltou que, caso seja comprovado o envolvimento de alguma empresa com o tráfico, todos os responsáveis serão presos. “Se o tráfico determina que nenhuma operadora pode atuar ali e uma empresa começa a operar no local, ela se torna suspeita de envolvimento com o tráfico. Com a identificação de panfletos e o nome de uma suposta empresa, iremos pedir mandados de prisão”, garantiu o Delegado. “Se tentarem instalar novos equipamentos, vamos apreendê-los novamente e prender os responsáveis”, completou.
Bandidos tentam operar outras fontes de renda
Além da internet, as investigações revelaram que os criminosos estavam expandindo suas ações ilícitas, tentando monopolizar também a venda de botijões de gás de cozinha e galões de água mineral nas comunidades sob sua influência. Esse movimento tem gerado insegurança em empresas que atuam legalmente na região, que temem retaliações por parte dos bandidos. O clima de apreensão é evidente entre as empresas de serviços regulares, que temem pela segurança de seus funcionários ao retornar às comunidades sob controle da organização criminosa. O delegado Dubugras reiterou que qualquer empresa envolvida em práticas ilegais será investigada.
PM também de olho
A Polícia Militar também se manifestou sobre o caso. O Major Fusco, do 30º BPM, destacou a importância da ação conjunta: “Demos uma resposta rápida à sociedade e não vamos tolerar esse tipo de crime. Continuaremos com ações conjuntas para garantir a segurança da comunidade. Graças ao trabalho de inteligência do nosso Serviço Reservado, conseguimos realizar essa operação em parceria com o MPRJ e a Polícia Civil”, afirmou. A operação é mais um passo no combate ao tráfico de drogas e à criminalidade nas comunidades da região, e o trabalho conjunto das forças de segurança busca garantir que atividades ilegais não prevaleçam.
