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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Cedae deixa mais dois bairros com as torneiras secas

Problema em sistema de bombeamento levou três dias para ser resolvido

Frequentemente, nos últimos meses, moradores de diversos bairros têm reclamado dos serviços prestados pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos em Teresópolis. Há cerca de um mês, por exemplo, a região da Granja Guarani ficou mais de uma semana sem receber água tratada. Há duas semanas, Recanto dos Artistas e Vale do Paraíso também amargaram um longo período sem o precioso líquido, obrigando inclusive um restaurante a deixar de funcionar porque todo o seu reservatório havia secado. No último fim de semana, foi a vez de moradores dos bairros Vila Muqui e Paineiras, vizinhos à Várzea, ficarem com as torneiras secas. Entre sexta e segunda-feira, a Cedae não bombeou água para as comunidades, que, assim como a grande maioria de Teresópolis, ficam nos chamados “morros”. “Eles simplesmente desligam o sistema, ou têm algum problema, não sabemos, e não avisam a ninguém. Nenhum alerta, nada. Logicamente sabemos que economizar deve ser regra sempre, mas, nesses casos, se estamos sabendo que não está caindo água, vamos deixar de lavar roupa e fazer outros serviços não essenciais. Mas, no que depender da Cedae, continuamos tendo que adivinhar todos os dias se está caindo água na caixa ou não. Imagina, ter que subir no telhado da casa todo dia para olhar se está vindo ou não? A situação está cada dia pior em Teresópolis mesmo”, relatou a O Diário  Daniele Campos, moradora de Paineiras.
Nesta segunda-feira, 11, entramos em contato com a Assessoria de Comunicação da Companhia Estadual de Águas e Esgotos para tentar esclarecer o ocorrido. De acordo com a nota encaminhada para nossa redação, “a Cedae fez reparo emergencial em bomba que atende as localidades citadas. O serviço foi concluído ontem e o abastecimento encontra-se em processo de normalização”.  Porém, também alertaram moradores, até o início da tarde não havia água chegando aos reservatórios. Outro ponto que chama a atenção, além do fato de não haver nenhum tipo de comunicação entre empresa e clientes, como citada pela moradora cima, é a demora em se fazer a substituição de equipamentos como as fundamentais bombas que empurram a água para as partes altas do município.

Problemas frequentes
Devido aos frequentes problemas citados por moradores de diversos bairros do município, o que dá impressão que a Cedae realiza algum tipo de manobra ou “rodízio” para garantir o abastecimento de todas as comunidades, também cobramos da Assessoria de Comunicação um posicionamento nesse sentido. Poderia ser, mesmo com as chuvas dos últimos dias, algo relacionado à redução no volume de captação e consequentemente tratamento. Porém, em relação a importante questão, a empresa nada respondeu.

O caminho da água
O principal sistema de abastecimento do município – responsável por 95% do atendimento – fica em Providência, no Segundo Distrito, ao lado da foz do Paquequer. Mas não é do nosso principal rio que vem a água que chega às residências e estabelecimentos comerciais. A captação é feita no curso d´água ao lado, o Rio Preto. A estação desvia parte do líquido para um desarenador, que, como diz o nome, retém as partículas de areia. Nesse ponto também há gradeamento para evitar que galhos de árvore e outros materiais sejam levados até a elevatória. Em seguida, um conjunto de moto-bombas empurra a água, em um ritmo de 435 litros por segundo, para a localidade de Três Córregos. E é nas proximidades do KM 71 da Rio-Bahia que acontece uma das principais etapas do processo, o tratamento da água que será distribuída aos teresopolitanos. Na ETA, o líquido chega a um grande tanque. Em seguida, vai para um sistema chamado floculação, canais onde a velocidade da água é reduzida e ela recebe sulfato de alumínio líquido, que serve para desestabilizar as partículas de sujeira. A próxima etapa são os grandes tanques de decantação, onde fica tempo necessário para a sujeira ir para o fundo. Depois a água vai para os filtros, passando por processo de desinfecção – cloração, alcalinização e fluoretação. É o tratamento fundamental para garantir uma água de qualidade, sendo nosso serviço referência há bastante tempo. Após o tratamento concluído a água é bombeada por mais seis quilômetros, ficando em reservatório no bairro da Prata com capacidade para seis milhões de litros. Dali,é distribuída para praticamente toda a cidade através de elevatórias em vários pontos.

 

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Edição 21/12/2024
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