Entre os dias 1 e 4 de maio, Teresópolis viveu dias de festa, memória e pertencimento com a realização da quarta edição do Festival Di Teresa. Aproveitando o feriado do Dia do Trabalhador, o evento transformou a cidade serrana em um vibrante palco da cultura italiana — não apenas em estética e sabores, mas também em história, identidade e emoção. Mais do que um festival, o Di Teresa é um reencontro com as origens. A figura da Imperatriz Teresa Cristina, que nomeia a cidade, ressurge em cada detalhe da programação: nas encenações que lembram seu papel como promotora das artes no Brasil, na gastronomia que ecoa os temperos napolitanos de sua juventude, e nas danças e canções que celebram a imigração italiana e sua contribuição para a formação cultural brasileira.

Filha do rei Francisco I das Duas Sicílias, Teresa Cristina chegou ao Brasil em 1843, para casar-se com Dom Pedro II. Ainda que silenciosa nos bastidores do império, foi decisiva na vida cultural do país. Incentivou a arqueologia, apoiou artistas e trouxe com ela um traço do sul da Itália que permanece vivo em muitos aspectos da identidade brasileira. Ao celebrar seus feitos e origens, o festival reacende o orgulho dessa herança compartilhada.
Segundo Marcelo Cabral, um dos produtores do evento, o festival é uma oportunidade de reconexão com a história da cidade e da própria Imperatriz que a batiza: “O festival ajuda a gente a conhecer a nossa história, porque a Imperatriz, que dá nome à cidade, era a Imperatriz do Brasil. Tudo o que ela trouxe de cultura foi para o povo brasileiro. As pessoas têm uma visão um pouco distorcida da nossa Imperatriz; a gente ouve até muita coisa errada que circula por aí. Então é importante conhecer isso tudo, entender essa história que é nossa.”
Já para Alice Maciel, produtora e teresopolitana, o evento ultrapassa as fronteiras da programação artística e se consolida como um símbolo de identidade local. “O Festival Di Teresa representa muito, não só pra mim, teresopolitana, mas acredito que pra todo mundo, porque foi um projeto que surgiu no Bicentenário e hoje em dia a gente já tá no 4º ano, e já entrou no calendário da cidade. Traz toda a cultura italiana trazida pela Imperatriz Teresa Cristina. Durante todas as edições, assim como nessa, o público vai encontrar um evento multicultural, com todos os tipos de apresentação que remetem à Itália e ao Império. Então teremos música, dança, arte, artes plásticas, teatro, gastronomia e muita alegria num evento muito familiar.”
O evento foi prestigiado também pela presença do prefeito Leonardo Vasconcellos no primeiro dia, acompanhando de perto a abertura oficial do evento.

Muitas atrações e turistas
Mais de 170 atrações ocuparam o Espaço Cultural Higino e seu entorno, atraindo um público expressivo e movimentando a economia criativa e o turismo. A pluralidade artística — que vai do teatro à gastronomia, da ópera popular ao artesanato — confirma o compromisso do festival em ser mais do que uma vitrine: uma ponte viva entre passado e presente. O público pôde acompanhar, por exemplo, a preparação das massas de pizza feitas na hora, assistir e participar das apresentações de mímica, shows musicais e performances de danças típicas, além de contar com um espaço kids especialmente montado para garantir a diversão das crianças.
Entre as atividades disponíveis, o público também pôde visitar uma exposição de carros, conferir a tradicional feira de artesanato da Teresópolis Artes Manuais e conhecer o estande da Secretaria de Turismo, que apresentou e promoveu produtos locais como mel, gin, cogumelos, café e outros itens da rica produção serrana.



