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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Exposição na Casa da Memória resgata memória de combatentes teresopolitanos na II Guerra Mundial

Documentos, fotografias e itens museais contam a história do conflito mundial que terminou oitenta anos atrás, em 8 de maio de 1945

Maria Eduarda Maia

Teresópolis conta com uma rica história, não sendo só destino para aqueles que procuram admirar as belezas naturais, mas também para todos que desejam se aprofundar em sua valiosa cultura. Dessa forma, resgatando e valorizando a história da cidade, a Casa de Memória Arthur Dalmasso apresentou ao público na última semana duas exposições, uma delas “Pracinhas de Teresópolis”, pesquisa ampliada de mostra similar ocorrida em 2010, trazendo imagens dos combatentes teresopolitanos na Segunda Guerra Mundial, notícias dos jornais da época sobre a partida e a comoção da chega dos soldados, além de itens, documentos e objetos coletados nos campos de guerra, por lembrança ou bravura. “A exposição foi aberta no dia 8 de maio, data em que o mundo comemorou os 80 anos do fim da guerra, um evento muito esperado ocorrido em 1945, quando a Alemanha se rendeu aos Aliados e o país passa a viver a regularidade do fim do conflito”, explicou o pesquisador da história de Teresópolis e secretário de Cultura, Wanderley Peres, em entrevista à Diario TV.

“Com as pessoas sabendo que existe uma casa para o armazenamento do patrimônio municipal elas irão dar destino para aqueles registros e acervos que para algumas pessoas não possuem utilidade”, pontuou o historiador e secretário de Cultura, Wanderley Peres. Foto: Juliana Ludwig / O Diário

A exposição conta com painéis objetivos e ilustrados para leitura rápida, mostrando o início do movimento da guerra no mundo, a participação do Brasil, a expectativa do teresopolitano com relação ao fim da guerra e a receptividade dos heróis brasileiros que foram para a Europa. A participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial marcou a história do Brasil e reforçou a capacidade das tropas brasileiras em operações militares de grande escala. “Foram cerca de 25 mil soldados enviados, sendo 22 deles de Teresópolis. Todos os provenientes do nosso município foram e voltaram da guerra, sendo realizada, assim, uma missa no Dedo de Deus em 29 de julho de 1945 comemorando a volta desses pracinhas brasileiros”, detalhou Wanderley, que emprestou itens de seu acervo próprio para a exposição, como o filme original que o montanhista Miguel Inácio Jorge encomendou à Planeta Filmes para documentar o grande feito de uma missa campal no cume do Dedo de Deus, para onde foram 22 teresopolitanos em junho de 1945.

Apresentada ao público no dia 8 de maio, data em quem o mundo comemora os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, a exposição “Pracinhas de Teresópolis” resgata a rica história dos combatentes teresopolitanos. Foto: Juliana Ludwig / O Diário

NOVIDADES

Diferente da realizada 15 anos atrás, a exposição “Pracinhas de Teresópolis” contou com novos atrativos graças a um acervo inédito recentemente coletado pela Casa da Memória. Os bens que um dos pracinhas, o Ary Pereira Lima, recolheu e trouxe da Europa, e que vinha sendo guardado por sua família, foi doado para o patrimônio da Cultura por sua filha, Solange Lima, e agora está disponível para a exibição. “Aqui está o material que ele utilizou na guerra, como a luva e a lanterna, as medalhas de condecoração, as lembranças que trouxe da Europa e os cartões postais que os soldados colecionavam entre si para relembrar sobre os momentos vivenciados na guerra”, declarou o secretário de Cultura, agradecido pela doação que recebeu para a Cultura, recentemente. Outra novidade também são os diários, cartas, documentos e objetos do aviador José Carlos Miranda, último piloto do 1º Grupo de Aviação de Caça na Segunda Guerra Mundial, que também foi morador de Teresópolis, tendo entre os seus feitos diversos abates, inclusive de um submarino alemão. “Recebemos também o acervo do aviador Miranda, que morou em Teresópolis até 2013, ano de sua morte, sendo o último aviador brasileiro do Senta a Pua a morrer. Aqui estão os itens pessoais, suas correspondências com os soldados da guerra, as condecorações, o passaporte, e outras preciosidades que ele guardou ao longo de todo esse tempo, e agora pertencem à Casa da Memória”, ressaltou Wanderley Peres.

A exposição “Pracinhas de Teresópolis” é uma pesquisa ampliada de uma mostra similar ocorrida em 2010, trazendo acervos inéditos dos combatentes teresopolitanos na guerra, com imagens, notícias de jornais da época, documentos e objetos coletados nos campos. Foto: Juliana Ludwig / O Diário

RICO ACERVO

Na entrevista, Wanderley também destacou a importância de se ter um prédio público destinado ao armazenamento do patrimônio histórico municipal, resguardando assim a memória local. “Com as pessoas sabendo que existe uma casa para esse fim na sua cidade elas irão dar destino certo para os registros e acervos. São muito bem-vindos esse materiais que recebemos como doação agora, do Miranda Correa, através do Edson Benevides, da Paiol Antiguidades, e os preciosos itens do soldado Ari Pereira Lima, que as mãos generosas da filha Solange conduziram o bem até à nossa casa”, concluiu.
Em processo de restauração, que começou essa semana com a assinatura de um acordo de colaboração entre a Prefeitura e a Universidade Estácio, a Casa da Memória Arthur Dalmasso fica localizada na Praça Balthazar da Silveira, 91, na Várzea e está aberta todos os dias, de domingo a domingo, das 10h às 17h.


Edição 16/05/2025
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