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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Negação como afirmação da vida

Não é difícil constatar que estamos afundando em uma geração doente, mimada e infantilizada. Nossos jovens, adolescentes e crianças não sabem receber “não” como resposta, pois preterem a voz paterna do cuidado para assumir o discurso dos direitos que têm. Foram ensinados que podem reivindicar tudo, mas não são auxiliados quanto aos seus deveres. O horizonte do dever tem sido embaçado pelo discurso monopolizador das consciências.
O que quero dizer com isso? Simples: os ditos “protetores” nos olham com aquela piedade peculiar às raposas, dizendo: “Como puderam fazer isso com você?” Assumem irresponsavelmente a fala de um lado só, para assim nos converter à sua ideologia.
Os “protetores” estão fertilmente engravidados de crias “mimizentas”. Seres fragilizados que, constantemente, deverão voltar ao leite materno, que, por sinal, sofre por insuficiência de nutrientes e requer constantes complementos. Gente saudável mama no peito até o tempo em que a comida sólida lhe é apresentada; a partir de então, não se apetece do líquido maternal quando se tem 10, 15, 20 ou 40 anos. O contrário a isso é anormalidade.
Educar é trabalhoso e demanda tempo. Por isso, preferimos fechar os olhos para determinadas atitudes e deixar a vida seguir. Das questões sutis às emblemáticas, vemos essa geração fazendo pirraça por algo que quer, e conformadamente anunciamos, em alto e bom som:
“Filhinho, não faz assim! Papai e mamãe vai dar o que você quer.”
Está errado! Tal atitude funciona como um bumerangue, ou seja, vai retornar ao seu arremessador.
Respeite, sim, o espaço do seu filho. Entenda que a assimilação de processos que você correspondeu de uma maneira é distinta da dele. Auxilie em suas dificuldades. Delimite os espaços! Seja conciso em seus posicionamentos e lhe dê direções, pois, se assim não for, há aqueles que dirão os caminhos que ele deve seguir. A sabedoria dos contos infantis nos diz:
“Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve.”
Ei! Ouça com o coração, Alice, o que o Gato Que Ri lhe disse. Não ache que o lugar a se chegar não importa. Talvez, nesse momento, Alice responderia:
“Mas não me deram uma base para ter critérios!”
Se quem aqui lê é um pai ou uma mãe que encara frustradamente o seu ofício, vá até seu filho, coloque a sua escuta à disposição da sua cria. Ouça mais! Perceba de perto! Os sinais aparecem. Dê limites, pois esses denotam a importância de uma liberdade consciente e transigente.
Porém, se você é um filho absorvido pelo discurso do coitadismo, achando-se cheio de direitos, mas sem nenhuma compreensão de deveres, pare um pouco! Refreie a fala e coloque os ouvidos a postos. Atente para o conselho de um sábio oriental:
“Seja tardio para falar, tardio para brigar com alguém e pronto para ouvir.”
Quem fala demais esquece que diálogo é a proposição de duas vias: alguém fala e o outro se detém na escuta, para ponderar e na observância, responder.
Tem coisas que não mudam, e uma delas é a fala recorrente na boca de toda mãe:
“Você não é todo mundo! Não quero saber se o fulano vai ou se o sicrano tem. Ele não é meu filho!”
Ao ouvir isso, agradeça a Deus por ter ao lado alguém que realmente diz “não” como uma afirmação da sua autenticidade. Afinal, você não é todo mundo!

Tiago

Tiago Sant´Ana

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Edição 13/09/2025
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