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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Crise do troco desafia pequenos comerciantes em Teresópolis

Com avanço dos pagamentos digitais, circulação de moedas e cédulas diminui e prejudica varejo local

Luiz Bandeira

A popularização dos meios de pagamento eletrônicos, como Pix, cartões e tecnologia por aproximação (NFC), tem facilitado a vida do consumidor brasileiro. No entanto, essa transformação digital também trouxe um efeito colateral preocupante para o comércio varejista: a chamada “crise do troco”. Em Teresópolis, comerciantes relatam dificuldades cada vez maiores para manter moedas e cédulas de pequeno valor em caixa. A escassez compromete a rotina dos estabelecimentos e desgasta a relação com os clientes, especialmente em transações feitas em dinheiro vivo. “É um problema enorme. A gente trabalha com nota muito alta, e na hora de dar um troco de dez, vinte ou cinco centavos, acaba não tendo”, conta Sérgio Henrique, caixa da loja A.L. Materiais de Construção. “A maioria dos pagamentos aqui é feita por cartão ou Pix. Dinheiro mesmo, é pouco.”

“É um problema enorme. A gente trabalha com nota muito alta, e na hora de dar um troco de dez, vinte ou cinco centavos, acaba não tendo”, alerta o caixa Sérgio Henrique.


Segundo dados do Banco Central, 76,4% da população brasileira já utiliza o Pix como forma de pagamento. Essa tendência tem reduzido a circulação de dinheiro físico no mercado, impactando diretamente os comerciantes que dependem do troco para manter a operação diária funcionando sem atritos.
Celeste de Oliveira, proprietária da loja Cabelo, Corpo e Companhia, na Várzea, reforça o desafio. Seu comércio, voltado à venda de produtos com preços baixos e valores fracionados, sente diretamente os efeitos da escassez. “Tenho muito problema com troco. São itens pequenos, de R$1,99, por exemplo, que exigem moedas e notas menores. As pessoas preferem pagar com Pix, que é mais rápido, mas ainda temos muitos clientes que pagam em dinheiro e querem o troco correto”, explica.

“Tenho muito problema com troco. São itens pequenos, de R$1,99, por exemplo, que exigem moedas e notas menores. As pessoas preferem pagar com Pix, que é mais rápido, mas ainda temos muitos clientes que pagam em dinheiro e querem o troco correto” explica a comerciante Celeste


Ela também aponta a dificuldade de conseguir moedas nos bancos. “Quando a gente vai solicitar, geralmente não tem. Só em períodos de pagamento de benefícios, como do INSS. Fora isso, temos que recorrer aos colegas comerciantes que trabalham com itens pequenos também.”
Outro agravante, segundo Celeste, é o hábito de guardar moedas em casa. “As pessoas guardam moedas de um real em cofrinhos para trocar no fim do ano. Essas moedas saem de circulação e não ajudam ninguém. Nem elas ganham juros com isso, nem o comércio consegue funcionar direito.”
Em tempos de transformação digital acelerada, a crise do troco revela uma contradição do sistema: enquanto a tecnologia avança, a dependência do dinheiro físico ainda é uma realidade para muitos setores da economia, principalmente para o pequeno comerciante.

Edição 03/07/2025
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