Marcello Medeiros
Imagine você se preparando para almoçar e sua cozinha é ‘tomada’ por centenas de moscas. Com certeza, mesmo a fome não será suficiente para continuar o que estava fazendo. E essa tem sido a rotina de moradores da localidade de Água Quente, no Segundo Distrito de Teresópolis, que mais uma vez convivem com a infestação desse inseto. Nos últimos dias, dezenas de vídeos sobre a situação, em residências e estabelecimentos comerciais, têm sido divulgados em redes sociais como forma de alertar as autoridades competentes, visto que no ano passado foram realizadas ações com a intenção de acabar com o problema, que volta a se repetir – e com muita intensidade – em 2025.
A mosca doméstica representa um risco à saúde pública devido à sua capacidade de transmitir doenças. Ela pode carregar bactérias, vírus e parasitas em suas patas e corpo, contaminando alimentos e superfícies e disseminando agentes patogênicos. “Às vezes nós ficamos um ou dois meses sem as moscas, mas depois volta tudo de novo. A Vigilância Sanitária já esteve aqui algumas vezes. Eles alegam que a causa seriam os produtos químicos utilizados nas lavouras, mas isso não tem lógica, pois todo o interior da cidade faz cultivo”, relatou à TV Pessegueiros, que faz cobertura na região rural do município, a moradora Aionan Taytsohn, uma das muitas pessoas que têm tido a residência ‘invadida’ nos últimos dias.

O que diz a prefeitura
Nesta terça-feira (08), a reportagem do Diário buscou um posicionamento do governo municipal sobre a situação. Em nota, foi informado que já foram realizadas quatro visitas técnicas à região, sendo uma delas com o apoio direto da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, e durante as inspeções foram verificados possíveis fatores que possam estar contribuindo para o problema.
“Importante destacar que a fiscalização e o controle sanitário de granjas são de responsabilidade da Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária, não competindo à Vigilância Sanitária Municipal a atuação direta nesses estabelecimentos. Ainda assim, reconhecendo a gravidade da situação, a Prefeitura já solicitou apoio oficial ao órgão estadual, que atendeu ao chamado e realizou visitas aos locais indicados. As evidências apuradas até o momento apontam que a proliferação de moscas pode estar associada ao uso indevido de fertilizantes orgânicos por parte de alguns produtores rurais. Esses fertilizantes, quando aplicados de forma inadequada, liberam compostos que imitam feromônios e atraem os insetos. Além disso, foi constatado que o descarte incorreto de resíduos orgânicos nas proximidades do mercado do produtor rural também pode estar contribuindo significativamente para o aumento da infestação”, informa a PMT.
Ainda segundo o documento, em complemento às ações, a Vigilância Sanitária, com o suporte da Secretaria de Meio Ambiente, está realizando fiscalização em todos os galpões de alimentos processados da região, notificando os responsáveis a apresentar: – O local onde realizam a compostagem das sobras de alimentos; – A quantidade e o volume (em quilogramas) desses resíduos gerados. “A Prefeitura reforça seu comprometimento com a saúde pública e a qualidade de vida da população e garante que não medirá esforços para eliminar esse problema de forma definitiva, adotando todas as medidas cabíveis dentro da sua competência e articulando-se com os demais órgãos responsáveis para assegurar uma solução efetiva e duradoura”, informa ainda a gestão.

