O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro esclarece que o Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ) apreendeu o total de R$ 8.5 milhões na fase da Operação Mercadores do Caos realizada nesta sexta-feira (10/06). Desse montante, cerca de R$ 7 milhões estavam em reais e o restante em dólares americanos, euros e libras esterlinas. Os valores foram entregues ao MPRJ espontaneamente por um dos investigados, que estava acompanhado de seu advogado.
Levado para a Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), o dinheiro foi manipulado com luvas, e contabilizado na presença do investigado e de seu advogado, com posterior depósito em conta judicial do Banco do Brasil. Após a contabilização, todos os invólucros onde estavam as notas foram preservados para encaminhamento ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE).
Para a essencial imediata contagem do dinheiro, o Banco do Brasil emprestou máquinas de contar cédulas e colocou à disposição agência com funcionário além do horário limite. A agência se localiza ao lado do edifício sede do MPRJ, o que facilita o transporte e a segurança, considerando que as contas judiciais devem ser abertas no Banco do Brasil. As diligências terminaram na madrugada deste sábado (11/07). A Delegacia Especial de Crimes Contra a Fazenda (Delfaz) teve atuação destacada no êxito da Operação Mercadores do Caos atuando na custódia do preso Edmar Santos.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e da Delegacia Fazendária da Polícia Civil, prendeu, no início da manhã desta sexta-feira (10/07), Edmar Santos, ex-secretário de Saúde do Estado, apontado como integrante da organização criminosa que fraudou contratos de compra de respiradores pulmonares, em caráter emergencial, para atendimento de pacientes com a Covid-19. Cumprida na residência de Edmar Santos em Botafogo, na Zona Sul do Rio, a prisão é um novo desdobramento da Operação Mercadores do Caos, que também cumpre mandados de busca e apreensão na outra casa dele em Itaipava, na Região Serrana. Todos os mandados foram expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal Especializada da Capital.
O MPRJ requereu, e obteve na Justiça, autorização para acesso e extração do conteúdo armazenado nos materiais apreendidos, como telefones celulares, computadores e pen drives, inclusive de registros de diálogos telefônicos ou telemáticos, como mensagens SMS ou de aplicativos como WhatsApp, dentre outros. Este trabalho técnico será realizado pela Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ). Também foi deferida pela Justiça a medida assecuratória de arresto de bens e valores de Edmar até o valor R$ 36.922.920,00, equivalente aos recursos públicos desviados em três contratos fraudados para aquisição dos equipamentos médicos.
Segundo o MPRJ, nas investigações sobre a organização criminosa que se infiltrou e se apoderou das estruturas da Secretaria Estadual de Saúde do Rio, foi identificado, além do ex-subsecretário executivo Gabriell Neves, a presença de outro comandante do grupo: o próprio Edmar Santos, que sempre alegou desconhecer a existência de qualquer esquema de desvio de recursos e, mesmo, após a prisão preventiva de membros da organização da qual fazia parte, continuou no cargo de secretário por algumas semanas, até ser exonerado.
Dessa forma, afirma o parquet fluminense, Edmar Santos atuou, com vontade livre e de forma consciente, em comunhão de ações e desígnios, com os demandados na anterior denúncia oferecida na fase I da Operação Mercadores do Caos, desviando um milionário volume de recursos públicos destinados à compra de respiradores/ventiladores pulmonares, até hoje não entregues para o atendimento à população, ainda em meio à grave pandemia do novo coronavírus no estado. Edmar vai responder pelos crimes de organização criminosa e peculato.