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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Dedo de Deus: primeira teresopolitana chegou ao famoso cume 76 anos atrás

Então uma menina de apenas 15 anos, Lilia Montanha mostrou coragem e determinação para chegar ao ícone da escalada nacional

Maria Eduarda Maia

No dia 17 de julho de 1949, setenta e seis anos atrás, o que era para ser uma grande aventura se tornou um marco histórico: uma menina de apenas 15 anos realizou o sonho de conquistar o cume do Dedo de Deus, se tornando então a primeira teresopolitana a realizar tal feito. Escondida dos familiares, a jovem Lilia Montanha contou com o apoio do irmão Edmundo e de alguns amigos para fazer parte de uma expedição que levaria um grupo até o topo da imponente formação rochosa da Serra dos Órgãos, considerada o símbolo da escalada no Brasil. Além do seu irmão, participaram dessa empreitada Geny Cardoso, Ilka Montanha e os meninos Renato Nogueira Marques, Carlos Simão Arbex, Kival Simão Arbex, Haroldo Falcão, Theodoro Silva, Abdux Arbex, Julio Américo de Oliveira e Adilson Falcão da Graça. Eles foram guiados pelos experientes montanhistas Paim e Miguel Inácio Jorge, este um dos conquistadores da Verruga do Frade e conhecido como “Senhor da Torre” por ter sido o responsável pela manutenção na Matriz de Santa Teresa por várias décadas.

Registro da empreitada, 76 anos atrás, com um grupo composto por várias crianças chegando ao último lance da escalada.

Tanto tempo depois, hoje com 91 anos, Lilia, moradora da Várzea, nunca esqueceu os detalhes da difícil subida e a emoção por ter sido a primeira das três meninas a chegar à parte mais alta da montanha, lembrando com muito carinho a escalada que marcou sua vida – e a história de Teresópolis. “Parece que foi ontem. A experiência foi divina. Você vê o Rio de Janeiro quase todo, Teresópolis, as florestas…Foi algo maravilhoso”, declarou Lilia para a reportagem do Diário. “No dia em que eu partir desse mundo, a experiência continuará no meu coração. Vou levar comigo para sempre. É algo indescritível! Só quem faz essa escalada e ama o montanhismo sabe”, completou emocionada.

“No dia em que eu partir desse mundo, a experiência continuará no meu coração. Vou levar comigo para sempre. É algo indescritível! Só quem faz essa escalada e ama o montanhismo sabe”, disse emocionada a primeira teresopolitana a pisar no cume do Dedo de Deus. Foto: Maria Eduarda Maia / O Diário

Muitas experiências
Caminhando desde os oito anos, essa não foi a única aventura de Lilia. Além de ir várias vezes no Dedo de Deus, estando todo final de semana por lá, como contou, ela também esteve em outras montanhas como Verruga do Frade e Pedra do Sino. Importante lembrar que mesmo hoje, com a modernização dos equipamentos, técnicas e maior facilidade para conseguir informações sobre a escalada, ainda é considerada um desafio para muita gente.
Em outubro de 1966, um acidente de carro na estrada Rio-Teresópolis impossibilitou Lilia de fazer o que mais gostava a deixou sem o movimento das pernas por um longo tempo. “Enquanto eu pude ir no Dedo de Deus eu fui. Agora só vou nos sonhos e na imaginação. É algo muito divino”, contou a senhora, com espírito de menina.

Inspiração e incentivo
Praticante de vários esportes desde muito cedo, Lilia incentiva principalmente os jovens dos dias de hoje a desbravarem as belezas que Teresópolis tem a oferecer. “Vá para o mato e vai fazer alguma coisa boa para a saúde, mente e coração para no futuro poder contar as experiências como estou contando agora”, disse Lilia Montanha, que praticava esportes durante toda a sua infância e amava caminhar, andando pelo Centro da cidade, mesmo que de bengala, por muitos anos para manter viva uma de suas paixões. “Quando eu podia, eu ia até o Soberbo namorar aquela pedra majestosa. O meu Dedo de Deus. A coisa mais divina que Deus já fez. Quando olho para essa montanha e lembro que já fui lá em cima a saudade que fica é muito grande”, concluiu Lília do Nascimento Montanha, que, como seu próprio sobrenome diz, nasceu para esse esporte.

Lilia aos 15 anos, durante a escalada que lhe rendeu o título de primeira teresopolitana no Dedo de Deus.


Edição 17/07/2025
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