Marcello Medeiros
Policiais a 5ª Unidade de Policiamento Ambiental (UPAM), lotados na sede local do Parque Estadual dos Três Picos, atualmente na Fazenda Ermitage, prenderam em flagrante um morador da localidade de Pessegueiros, no Segundo Distrito, por grave crime ambiental. Segundo informações do grupamento especial da Polícia Militar, o homem seria o responsável por um aterro de aproximadamente 500 metros quadrados em uma das margens do rio Paquequer. O grande volume de terra que estava sendo empurrado na direção do curso d´água, que já sofre com diversos outros problemas por conta da pressão antrópica, impressiona.
O homem foi autuado no artigo 60 da lei nº 9.605 de 12 de Fevereiro de 1998, a lei de crimes ambientais, que dispõem sobre “construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes”. Conduzido para a 110ª Delegacia de Polícia, ele pode pegar de um a seis meses de prisão, ou multa, ou receber ambas as penas cumulativamente. Tal situação pode ser agravada pelo fato de ter acontecido em Área de Preservação Permanente (APP), no caso a margem do já combalido rio.
O Paquequer
Nosso principal curso d´água nasce no alto da Serra dos Órgãos, nas encostas da montanha conhecida como São Pedro. Pode ser visto pela primeira vez nas proximidades do local conhecido como “Abrigo Paquequer”, antiga área de camping usada como base para a escalada da Agulha do Diabo e atualmente de uso restrito pela direção do PARNASO, acampamento que tem esse nome justamente por conta do rio. Depois de atravessar preservados trechos de Mata Atlântica, cruzando em sua maioria locais com pouca ou nenhuma visitação, ele pode ser visto novamente na Estrada da Barragem, na sede local da unidade de conservação ambiental. Pouco depois desse ponto ganha mais volume ao receber as águas de outro rio, o Beija-Flor, e se despede do parque ao lado da portaria, na Avenida Rotariana. E, dali em diante, infelizmente, a situação começa a mudar para pior. Lixo, esgoto, ocupações irregulares… Dezenas de problemas se amontoam dentro ou nas margens do Paquequer, que segue seu sofrido rumo até a localidade de Providência, no Segundo Distrito, onde deságua no Rio Preto.