O povo do Estado do Rio de Janeiro terá a oportunidade de escolher dois senadores na próxima eleição. Assim como acontece com os povos de todos os estados, pois dos três senadores, só um não cumpriu ainda o prazo de oito anos de mandato. No nosso caso, estarão em disputa as vagas ocupadas hoje por Carlos Portinho e Flávio Bolsonaro. Flávio tem dedicado o mandato dele ao pai. Para ele, só o futuro do pai interessa. Carlos Portinho é o senador que joga nas onze.
O que é jogar nas onze? É jogar sozinho. É bastar pelo time todo. É ser zagueiro, goleiro, atacante, centroavante. Ou seja, numa Casa onde atuam 81 senadores, um só seria suficiente, o nobre Senador Carlos Portinho. Sendo assim, ele pode responder solitário pela ausência do Senado na disciplina dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Portanto, ele, só ele, bastaria para cumprir o papel que a Constituição reservou com exclusividade ao Senado Federal. Mas, dele ouviu-se muita coisa sobre isso, sem uma atitude concreta. Como é um absurdo admitir que um só senador responda por todos, o slogan utilizado pelo Senador Carlos Portinho é um engodo, ou só uma peça publicitária sem valor real.
Mas, pode ser que o slogan faça referência só a atuação dele. Ou seja, ele basta para o exercício do mandato que exerce. Contudo, se esse for o caso, por que o Senador dispende R$35.813,00 com um escritório no estado? Que utilidade têm os quatro assessores parlamentares, cada um com remuneração de R$31.279,53? E os três assistentes, remunerados, cada um ao valor de R$23.459,62 e os 3 auxiliares, cada um com R$9.270,24? (Dados fornecidos pelo site do Senado, no quesito transparência, disponíveis para todos).
Sei que o Senador Carlos Portinho faz um trabalho muito bom no Senado. Reconheço isso a ponto de lamentar que ele não tenha sido ele o candidato à Prefeitura do Rio no lugar do Alexandre Ramagem. Mas, a gente sabe como Jair Bolsonaro é cabeça dura. Sei que todo o trabalho que ele realiza tem alicerce na estrutura que nós contribuintes oferecemos a ele, estrutura física e funcional. Por isso, acuso o slogan de ser um infeliz e, no mínimo, ingrato com quem suporta as despesas e o trabalho.
É hora, minha gente, de começar a pensar o que fazer com o voto, pois nós, eleitores, não jogamos nas onze. Dependemos uns dos outros para fazer com que o Brasil encontre o caminho para sair da confusão que o Senado Federal, por pouco caso e brutal irresponsabilidade nos colocou, quando faz sabatinas folclóricas de quem é chamado para ocupar funções realmente relevantes para os brasileiros.