Cadastre-se gratuitamente e leia
O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
em seu dispositivo preferido

Campanha coleta DNA de familiares para ajudar nas buscas por pessoas desaparecidas

Em Teresópolis, material genético está sendo coletado pela unidade da política técnico científica

Maria Eduarda Maia

Milhares de famílias em todo o Brasil vivem diariamente com o grande drama e a agonia de não saberem onde estão seus entes queridos. Com a falta de respostas sobre o paradeiro de seus parentes, uma imensa interrogação perdura em suas vidas, impactando toda a rede familiar e a de amigos. Com a premissa de levantar a esperança e a possibilidade de esclarecimentos desses sumiços, cessando assim a angústia dessas pessoas, teve início nesta semana e segue até o dia 15 de agosto uma campanha nacional de mobilização de identificação de desaparecidos com a coleta de DNA de famílias que ainda continuam vivendo esse drama. A campanha, que é uma iniciativa do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), já está em sua terceira edição, tendo 334 pontos de coleta, distribuídos nas 27 unidades da federação, e em Teresópolis o Posto Regional de Polícia Técnico Científica (PRPTC), número 531, no Alto, será responsável por receber o material genético.
“O objetivo principal dessa campanha é encontrar pessoas desaparecidas. Existem familiares procurando muitos desaparecidos em todo o país, então essa campanha é voltada para a coleta de DNA de parentes em primeiro grau para que, caso se encontre uma pessoa desconhecida, viva ou morta, se possa fazer confronto DNA, e devolver essa pessoa à família”, explicou o Perito Criminal e Diretor do Posto Regional de Polícia Técnico Científica de Teresópolis, Luiz Augustus Gonçalves, em uma entrevista ao Diário.

Procedimento
É melhor que a coleta seja de familiares de primeiro grau da pessoa desaparecida, seguindo a ordem pai e mãe, filhos e o genitor do filho da pessoa desaparecida e irmãos. Para proceder a coleta, os familiares devem apresentar um documento de identificação e a cópia do boletim de ocorrência do desaparecimento, com número, estado de registro e delegacia. Deve também assinar um termo de consentimento para análise do material.
As informações genéticas coletadas são inseridas no Banco Nacional de Perfis Genéticos e cruzadas com os dados de restos mortais humanos não identificados e, também, de material de indivíduos vivos com identidade desconhecida. “Sendo um trabalho a nível nacional, aumentam bastante as chances de identificação. São coletados não só de familiares, mas também quando uma pessoa é encontrada viva ou morta e não tem identidade confirmada, é feita a coleta de DNA e alimentado banco de dados, sendo constantemente feito esse confronto com DNA de familiares que procuram pessoas desaparecidas e encontradas vivas ou mortas”, pontua Luiz Augustus.
Caso o resultado seja positivo da comparação dos perfis genéticos do familiar com um perfil genético do banco, a instituição responsável entrará em contato com o doador. Se a pessoa estiver viva, a família será informada sobre sua localização. Se o resultado for positivo para uma pessoa morta, a família será acionada para realizar os procedimentos legais. Se a pessoa desaparecida não for localizada, o banco de perfis genéticos continua a busca automaticamente, a cada atualização da base de dados.

A perícia, nesse momento, realiza um trabalho solidário. Quando recebemos um corpo sem identificação, nós esgotamos todas as possibilidades para tentar encontrar familiares daquela pessoa, para dar um nome e devolver o ente querido para a família”, enfatizou o perito criminal Luiz Augustus. Foto: Arquivo O Diário

Como funciona a coleta
A coleta pode ser feita a partir de células da mucosa oral por meio de cotonete, que é passado no interior da bochecha, ou na retirada de uma gota de sangue do dedo do voluntário. Os familiares também podem fornecer itens de uso pessoal do desaparecido, como escova de dente, além de amostras biológicas, como um dente de leite. O DNA somente será usado para a finalidade de encontrar parentes desaparecidos. Importante ressaltar que o procedimento de coleta é contínuo e está disponível à população durante todo o ano nos institutos de Criminalística das polícias civis dos estados e do Distrito Federal para identificação de pessoas desaparecidas.

Conforto para as famílias
Campanhas como essas são fundamentais para tentar diminuir a dor das famílias que não sabem sobre o paradeiro de seus entes queridos, como enfatiza Luiz Augustus: “A perícia, nesse momento, realiza um trabalho solidário. Quando recebemos um corpo sem identificação, nós esgotamos todas as possibilidades para tentar encontrar familiares daquela pessoa, para dar um nome e devolver o ente querido para a família. A Polícia Civil, de modo geral, tem ferramentas de buscas de pessoas desaparecidas e a perícia é um braço que muitas vezes promove esse encontro, infelizmente em uma hora ruim, mas trabalhamos para devolver esse ente para a família”.


Tags

Compartilhe:

Edição 07/08/2025
Diário TV Ao Vivo
Mais Lidas

Golpe do falso comprovante de PIX deixa comerciantes em alerta

Prefeitura lança campanha para combater as faltas escolares na rede municipal

Campanha coleta DNA de familiares para ajudar nas buscas por pessoas desaparecidas

REFIS com até 85% de desconto em juros e multas em Teresópolis

Sine Teresópolis anuncia 199 vagas de emprego

WP Radio
WP Radio
OFFLINE LIVE