Localizado na Alameda Iracema, logo na entrada do bairro Granja Guarani, o Quiosque das Lendas, quando criado, oferecia uma bonita vista para as montanhas que compõem o perfil do Frade – Testa, Nariz, Verruga e Queixo, e para boa parte do município, incluindo a região onde futuramente seria construído o Centro de Treinamento da Confederação Brasileira de Futebol, a CBF. Hoje, porém, não permite vista espetacular para nenhum dos ângulos. Tomado e cercado pela vegetação ou obstruído por uma hedionda antena para transmissão de telefonia celular, esse pedaço da história de Teresópolis agoniza enquanto não recebe a aguardada restauração.
E isso é um grande contrataste com a sua importância, visto que o antigo mirante foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) em 1988. Mas a ação não foi suficiente para preservar os azulejos pintados pelo português Jorge Colaço, arte que dava beleza à obra do engenheiro teresopolitano Carlos Niocac inaugurada em 1930.
O mirante representa bem o desenvolvimento que Teresópolis teve nos anos 30, com o surgimento dos bairros nobres da cidade com a Granja Guarani e o Comary. Aliás, o mirante era atrativo para a venda dos lotes da Granja, a partir dele as pessoas se interessaram pelas chácaras e comprar os terrenos para construir.

Os azulejos
Além da questão do desenvolvimento, é muito importante na questão turística, pois as pinturas nos azulejos apresentam quatro lendas indígenas – daí o seu nome. A principal é a que conta ‘como apareceu a noite’.
Absurda antena
A ideia de um mirante é permitir admirar algum tipo de beleza, cênica ou arquitetônica. No caso da vista para a Serra dos Órgãos, ela era ‘emoldurada’ por um dos arcos do Quiosque das Lendas, majestosamente. Hoje, não é possível mais realizar uma bonita fotografia, pois no meio do cenário estará uma gigante antena, permitida pela prefeitura em 2021 e desde então obstruindo o visual.






Fotos: Juliana Ludwig e Marcello Medeiros / O Diário